A Trabalho, Educação e Saúde (TES) é uma revista científica em acesso aberto, editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz.

Edição Atual | v. 20 (2022)

Publicação contínua
Foundry Co/Pixabay Artigo

Médicos e terceirização: percepções de trabalhadores e gestores sobre as transformações recentes no mercado de trabalho

Levi , M L;
Sousa, J;
Almeida, C J;
Matsumoto, K;
et al.

10.1590/1981-7746-ojs846

Médicos e terceirização: percepções de trabalhadores e gestores sobre as transformações recentes no mercado de trabalho

O artigo examina as tendências recentes da forma de inserção dos médicos no mercado de trabalho à luz da regulação das relações trabalhistas na percepção de informantes-chave que atuam nos setores público e privado do sistema de saúde no estado de São Paulo. O estudo mostrou que, na percepção dos entrevistados, há uma tendência crescente de inserção de médicos como pessoa jurídica condicionada pela regulação das relações de trabalho e pela política de contratação dos estabelecimentos provedores de serviços de assistência à saúde. Em geral, a ‘pejotização’ de médicos foi associada à perda de autonomia desses profissionais em relação aos termos de contratação e às condições de realização do trabalho. O artigo conclui que a inserção ‘pejotizada’ de médicos se apresenta como parte do movimento mais geral de barateamento da força de trabalho associado à terceirização, e indica que há espaço para a exploração de políticas voltadas à gestão de trabalhadores que busquem atrair e fixar médicos no Sistema Único de Saúde.

Foto: Foundry Co/Pixabay

 
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Chokniti Khongchum/Pixabay Artigo

Trajetória da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde no Brasil

Jesus, J M;
Rodrigues, W.

10.1590/1981-7746-ojs1312

Trajetória da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde no Brasil

A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde estabelece como pressuposto a centralidade nos processos de trabalho para nortear as atividades de qualificação dos trabalhadores da saúde. O presente estudo tem por objetivo discutir a trajetória de institucionalização da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde de acordo com a percepção dos atores representativos dessa política pública (gestores federais, gestores estaduais e municipais, e pesquisadores), considerando os 16 anos de sua institucionalização até o ano deste estudo (2004–2020). Trata-se de pesquisa qualitativa, com a aplicação do método Delphi. Os resultados obtidos mostraram que a Política se encontra frágil quanto à sua implantação. No que se refere aos impactos, constatou-se que ela oportunizou o estreitamento da relação entre os serviços de saúde e as instituições de ensino, e promoveu mudanças significativas nos processos de trabalho em equipe, independentemente da sua composição.

Foto: Chokniti Khongchum/Pixabay


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cocoparisiense/Pixabay Artigo

Notificação de violência infantojuvenil: percepção dos profissionais da Atenção Primária à Saúde

, B A A;
Dantas, A L M;
Santana, M. M. d.

10.1590/1981-7746-ojs620

Notificação de violência infantojuvenil: percepção dos profissionais da Atenção Primária à Saúde

Diante da magnitude do fenômeno da violência infantojuvenil no Brasil, que representa mais de um terço dos casos notificados por esse agravo no país, o objetivo deste estudo foi analisar a percepção dos profissionais de saúde acerca da identificação e da notificação compulsória dos casos de violência infantojuvenil na Atenção Primária à Saúde. Trata-se de um estudo exploratório, de abordagem qualitativa, realizado com 14 profissionais de duas unidades de Saúde da Família do Recife, Pernambuco, em 2021. Os dados foram coletados em entrevistas guiadas por um roteiro semiestruturado e analisados por meio da análise de Bardin. Os resultados apontam que os profissionais reconhecem a sua responsabilidade ética no processo de notificação de violência infantojuvenil, principalmente pelo contexto familiar e territorial no qual estão inseridos. Entretanto, ainda há muitos desafios que interferem na implicação prática da notificação na Atenção Primária, como o medo da violência e de represálias no território e a falta de capacitação. Investir em estratégias de estímulo à notificação, de modo a garantir respaldo técnico-científico, é imprescindível para a consolidação da prática.

Foto: cocoparisiense/Pixabay


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Max/Pixabay Artigo

Comunicação de más notícias no trabalho médico: um olhar do paciente com prognóstico reservado

Melo, C d F;
Magalhães , M R d A L;
Meneses, L M S d;
Alves , R S F;
et al.

10.1590/1981-7746-ojs226

Comunicação de más notícias no trabalho médico: um olhar do paciente com prognóstico reservado

O processo de comunicação é central na relação médico-paciente. É fato que para evitar distanásia deve se dispor dos cuidados paliativos como alternativa. Assim, objetivou-se avaliar a qualidade da comunicação de más notícias realizadas por médicos, na perspectiva de pacientes em processo de finitude, comparando seus índices entre aqueles em cuidados paliativos e em distanásia. Realizou-se uma pesquisa quantitativa, com amostra não probabilística, formada por 234 pacientes com câncer em processo de finitude, oriundos de cinco unidades hospitalares do Ceará, que responderam a dois questionários – um biodemográfico e outro de avaliação da comunicação, analisados por meio de estatística descritiva e bivariada. Os resultados demonstraram a importância da relação médicopaciente. Enquanto os pacientes em distanásia expressaram terem sido melhor preparados para o estabelecimento de uma adequada comunicação, os que estavam em cuidados paliativos relataram uma experiência menos negativa em relação à ‘comunicação de más notícias’ – fruto de um adequado preparo do médico paliativista, bem como da participação efetiva da família na decisão terapêutica. Conclui-se que as etapas de preparação para a comunicação, transmissão da informação, acolhimento e fechamento devem estar baseadas na identificação do conteúdo prévio dos pacientes sobre a doença e suas expectativas de informação.

Foto:Max/Pixabay


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Artigo

Perfil dos trabalhadores da Atenção Primária à Saúde e proteção de riscos ocupacionais na pandemia da Covid-19 no Brasil

Marinho, M R;
Silva Neto, P K;
Matta, L R F d;
Cunha, I P d;
et al.

10.1590/1981-7746-ojs375

Perfil dos trabalhadores da Atenção Primária à Saúde e proteção de riscos ocupacionais na pandemia da Covid-19 no Brasil

Este artigo teve como objetivo caracterizar o perfil dos trabalhadores da Atenção Primária à Saúde e analisar as medidas de proteção de riscos ocupacionais em dois estados brasileiros durante a pandemia da Covid-19. Trata-se de estudo quantitativo do tipo survey, com amostra aleatória de 259 profissionais de saúde da Atenção Primária dos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo no período inicial da pandemia. A maioria dos participantes era do sexo feminino (85,3%), profissionais de enfermagem (40,6%) com idade média de 39,1 anos (dp ± 9,5) e do estado de São Paulo (73%). Utilizaram-se análise descritiva e teste exato de Fisher. Quanto às medidas de proteção de risco ocupacional no trabalho, verificou-se que a imunização antecipada contra influenza teve maior frequência no Mato Grosso do Sul (93,8%), porém 47,7% não tiveram acesso aos testes de Covid-19 neste estado e 24,3% em São Paulo. Os profissionais de nível superior tiveram mais acesso à máscara N95/PFF2 (10,2%) em comparação aos auxiliares e técnicos, com 6,5% e 7,8%, respectivamente. Observaram-se possíveis diferenças nas gestões municipais dos respectivos estados, que parecem não ofertar o acesso equânime de profissionais da Atenção Primária à Saúde a proteção, imunizantes e testes para detecção de SARS-CoV-2.


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Quang Nguyen vinh/Pixabay Artigo

NASF-AB no campo e nas águas: o cuidado em torno do trabalho, ambiente e saúde de famílias agricultoras e pescadoras

Pontes, A G V;
Silva, J d V e;
Arruda, C A M;
Carneiro, F F;
et al.

10.1590/1981-7746-ojs275

NASF-AB no campo e nas águas: o cuidado em torno do trabalho, ambiente e saúde de famílias agricultoras e pescadoras

O Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica foi criado no Brasil para apoiar e ampliar a atenção e a gestão na Saúde da Família. Analisa-se a sua atuação quanto à saúde do trabalhador e saúde e ambiente em territórios do campo e das águas com as famílias que vivem da pesca artesanal e da agricultura camponesa. Pesquisa qualitativa que se ancorou em referenciais da Sociologia das Ausências e da Saúde Coletiva, na abordagem particular que esta faz das relações entre saúde, ambiente e trabalho. A pesquisa valeu-se do emprego de grupos focais na produção de narrativas de profissionais do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica em municípios do semiárido e do litoral do Nordeste. Evidenciaram-se singularidades socioeconômicas e culturais das populações do campo e das águas; invisibilidades e potencialidades sobre seus modos de vida e trabalho; cargas e doenças relacionadas ao trabalho; e aspectos da atuação do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica mediante interações com o trabalho e o ambiente nesses territórios. Os cuidados oferecidos a estas populações consideram parcialmente suas especificidades socioculturais, produtivas, ambientais e de saúde, sendo preciso ampliar o reconhecimento de seus modos de vida e trabalho visando intervenções mais exitosas sobre os problemas e necessidades de saúde – o que aponta desafios à formação em saúde para o Sistema Único de Saúde.

Foto: Quang Nguyen vinh/Pixabay


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David Mark/Pixabay Artigo

Saúde da população negra: ações afirmativas e branquitude docente nos cursos de graduação da saúde

Souza, D H;
Rocha, D. G.

10.1590/1981-7746-ojs746

Saúde da população negra: ações afirmativas e branquitude docente nos cursos de graduação da saúde

Este artigo objetiva analisar a inserção do tema Saúde da População Negra na formação dos profissionais de saúde nos cursos de Saúde Coletiva, Enfermagem e Medicina de uma universidade pública brasileira. A pesquisa é resultado de uma dissertação de mestrado de natureza qualitativa do tipo pesquisa- intervenção, adotando como fundamentação teórica a epistemologia feminista negra e a perspectiva negra da decolonialidade. Foram realizadas oficinas, entre os anos de 2019 e 2020, com membros dos Núcleos Docentes Estruturantes de Saúde Coletiva, Enfermagem e Medicina. A despeito das diretrizes do marco legal sobre o ensino das relações étnico-raciais, constatou-se a incipiência sobre o tema Saúde da População Negra na formação dos cursos analisados, a ausência de docentes negros nesses espaços e a presença de uma branquitude docente guardiã de privilégios. Os resultados e a discussão apresentados possibilitaram depreender que é por meio dos movimentos e pensamentos emancipatórios nos campos político, cultural, pedagógico e epistemológico que se faz possível tensionar rupturas nas relações de poder e nas estruturas do Estado.

Foto: David Mark/Pixabay


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Francis Agyemang Opoku/Pexels Artigo

”Avançado” ou “precipitado”? : Sobre o Modelo de Acesso Avançado/Aberto na Atenção Primária à Saúde

Stelet, B P;
Modesto, A A D;
Oliveira Neto, A d;
Aragão, C M d;
et al.

10.1590/1981-7746-ojs588

”Avançado” ou “precipitado”? : Sobre o Modelo de Acesso Avançado/Aberto na Atenção Primária à Saúde

O modelo de Acesso Avançado ou Aberto (Advanced/Open Access) vem sendo estimulado por gestores e valorizado pela medicina de família e comunidade brasileira como modelo de gestão da clínica na Equipe de Saúde da Família. Este artigo de revisão integrativa discute como essa tecnologia pode qualificar ou prejudicar a Atenção Primária à Saúde. Embora ajude a promover mudanças necessárias em agendas tradicionalmente voltadas para ações programáticas, o modelo tem um forte viés gerencialista. Ao desconsiderar premissas básicas, sua implantação pode resultar em sofrimento do profissional e em sua alienação perante o território e o cuidado integral em saúde, além de reforçar o modelo biomédico e a medicalização social. Apontamos caminhos para que ‘avançado’ não signifique ‘precipitado’, destacando que uma implantação com base no diálogo entre trabalhadores, gestores e usuários parece mais coerente com a própria literatura sobre Acesso Avançado e com a produção nacional sobre Acolhimento no Sistema Único de Saúde.

Foto: Francis Agyemang Opoku/Pexels


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Édila Döler/Pixabay Artigo

Barreiras de acesso à Atenção Primária à Saúde em municípios rurais remotos do Oeste do Pará

Lima, J G;
Giovanella, L;
Bousquat, A;
Fausto, M C R;
et al.

10.1590/1981-7746-ojs616

Barreiras de acesso à Atenção Primária à Saúde em municípios rurais remotos do Oeste do Pará

Analisa-se neste artigo o acesso à Atenção Primária à Saúde em municípios rurais remotos do Oeste do Pará, discutindo barreiras e desafios ante as especificidades dos territórios amazônicos. Tratou-se de estudo qualitativo em cinco municípios com lógicas espaciais distintas, assentadas em rios ou estradas. Realizaram-se 58 entrevistas com gestores, profissionais da saúde e usuários, além de visitas a unidades básicas de saúde, em 2019. A matriz de análise contemplou: acessibilidade geográfica, acessibilidade organizacional, unidade básica de saúde como primeiro contato e Atenção Primária à Saúde na rede assistencial. Identificou-se que as barreiras de acesso geográfico envolvem grandes distâncias, tempos, custos, precárias condições de vias e transportes, com variação sazonal diferenciada, conforme fluxos fluviais ou terrestres. A acessibilidade organizacional é dificultada pela oferta insuficiente de consultas, exames, medicamentos, restrição nos dias de funcionamento e ações itinerantes, acentuadas pela elevada rotatividade profissional. As unidades básicas de saúde constituem-se como serviço de primeiro contato, todavia com procura condicionada à resolutividade e à satisfação percebidas, destacando-se a atuação do agente comunitário de saúde. O suporte da atenção especializada é precário, com dificuldades de oferta, regulação, transporte e comunicação. O cenário socioambiental amazônico requer estratégias singulares para oferta e organização dos serviços, refletidas em financiamento específico. 

Foto: Édila Döler/Pixabay


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StartupStockPhotos/Pixabay Artigo

Paradoxos e limites da colaboração interprofissional: análise de um Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica

Silva, A M d;
Miranda, L.

10.1590/1981-7746-ojs504

Paradoxos e limites da colaboração interprofissional: análise de um Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica

Este artigo analisa as possibilidades e os limites da colaboração interprofissional no âmbito do cuidado em saúde mental, considerando-se as articulações entre as equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica e da Estratégia de Saúde da Família em um município do estado do Rio de Janeiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada na abordagem hermenêutica filosófica, que se pautou em um estudo de caso, utilizando como estratégias metodológicas a observação participante, grupos focais narrativos e entrevistas semiestruturadas. Os resultados indicam a indissociabilidade dos elementos estruturais, organizacionais e intersubjetivos na colaboração interprofissional, com fortes tensionamentos no que diz respeito à organização dos processos de trabalho tanto em sua dimensão formal quanto intersubjetiva. Identificou-se que o compartilhamento de alguns objetivos do cuidado, como a desmedicalização, fomentava a construção de parcerias entre as equipes. Por outro lado, a partir do diálogo com os referenciais utilizados, compreendeuse que regras construídas com o intuito de induzir a cooperação tiveram efeito paradoxal, gerando participação desimplicada em parte dos trabalhadores. Conclui-se que as relações de confiança no trabalho mostraram-se um elemento fundamental para a colaboração, o que exige a configuração de um ambiente organizacional capaz de aglutinar interesses e lidar com conflitos.

Foto: StartupStockPhotos/Pixabay


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Acervo EPSJV Artigo

Agentes comunitárias de saúde com ensino superior: normas, saberes e currículo

Méllo, L;
Santos, R C d;
Albuquerque, P. C. d.

10.1590/1981-7746-ojs517

Agentes comunitárias de saúde com ensino superior: normas, saberes e currículo

Este artigo tem como objetivo analisar como as graduações em Enfermagem, Serviço Social, Psicologia ou Pedagogia cursadas pelas agentes comunitárias de saúde podem influenciar seus saberes, práticas e os rumos da profissão. Trata-se de pesquisa qualitativa, analítica, com triangulação de métodos baseada na interpretação dos diversos sujeitos que disputam a profissão. O artigo é desenvolvido em três partes: a primeira compara aspectos normativos das categorias profissionais; a segunda discute os saberes das agentes comunitárias de saúde após ingresso no ensino superior e a influência nas práticas profissionais; e a terceira analisa os currículos de Enfermagem, Serviço Social, Psicologia, Pedagogia e agentes comunitárias de saúde como elemento de disputa e construção das identidades profissionais. Apontam-se lacunas quanto à ausência de um projeto éticopolítico e de associação de ensino e pesquisa própria das agentes comunitárias de saúde, assim como a necessária disputa das epistemologias e fundamentação teórica para se alcançar um domínio cognitivo e profissional mais comprometido com a transformação das agentes como sujeito e da sua realidade.

Foto: Acervo EPSJV


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Artigo

Mobilização e estruturação de competências para a preceptoria na residência multiprofissional em saúde

Rodrigues, C D S;
Witt, R. R.

10.1590/1981-7746-ojs295

Mobilização e estruturação de competências para a preceptoria na residência multiprofissional em saúde

A relevância e a complexidade do trabalho desenvolvido pelos preceptores nos cenários de formação do Sistema Único de Saúde vêm crescendo nos últimos anos. Ser preceptor é uma construção cotidiana que exige a mobilização de competências específicas, porém o processo de sua estruturação e as condições para que sejam apropriadas pelos preceptores precisam ser melhor estudados. Foi realizada uma investigação que objetivou compreender como são estruturadas competências para a prática da preceptoria na residência multiprofissional em saúde. A pesquisa é qualitativa, do tipo estudo de caso, com observações das atividades e entrevistas com preceptores de um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade no sul do Brasil. Para análise, foi realizada a triangulação dos dados e definição de categorias temáticas após verificação das observações, pela técnica de combinação de padrão, e das entrevistas, pela análise temática. Foram identificados três grupos de recursos: características pessoais, institucionais e programáticas; a trajetória acadêmica e profissional; as interações na residência e a colaboração da equipe multiprofissional. A elucidação desses elementos constitutivos da estruturação de competências contribui para que sejam explorados pelos preceptores na sua prática profissional, para as instituições de saúde, ao proporcionarem condições para o seu desenvolvimento, e para que sejam incorporados às políticas de formação em saúde.


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ASphotofamily/Freepik Artigo

Desvelando o racismo na escola médica: experiência e enfrentamento do racismo pelos estudantes negros na graduação em Medicina

Fredrich, V C R;
Coelho, I C M;
Sanches, L. d. C.

10.1590/1981-7746-ojs421

Desvelando o racismo na escola médica: experiência e enfrentamento do racismo pelos estudantes negros na graduação em Medicina

O Brasil sofre os efeitos do racismo científico, do mito da democracia racial e da política de embranquecimento. Em 2019, 28% dos/as estudantes egressos/as de cursos de Medicina no Brasil eram negros/as. Com os objetivos de desvelar as formas de manifestação do racismo na graduação de Medicina e compreender como estudantes negros/as enfrentam o racismo, conduzimos uma pesquisa exploratória e qualitativa, segundo o método de Minayo, por meio de entrevistas semiestruturadas on line e auxílio do software ATLAS. ti9®. Com um referencial teórico-crítico, percebemos que as dimensões do racismo internalizado, interpessoal e institucional se sobrepõem, evidenciando seu caráter estrutural, atrelado ao desenvolvimento histórico-econômico de nosso país. A crença de inferioridade dos/as estudantes negros/as é reforçada em nível interpessoal nos olhares, piadas ou comentários sobre o cabelo. Em nível institucional, nega-se a necessidade do estudo da saúde da população negra, enquanto a baixa representatividade no corpo docente e discente não é percebida como expressão do racismo. A identificação racial, a organização em coletivos e a existência de amparos legais são fundamentais, mas o efetivo enfrentamento do racismo na escola médica requer a crítica ao sistema econômico que sistematicamente privilegia pessoas brancas.

Foto: ASphotofamily/Freepik


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StockSnap/Pixabay Artigo

‘Bocas trabalhadoras’ e os reparos possíveis em tempos de pandemia

Couto, J G A;
Botazzo, C.

10.1590/1981-7746-ojs00281

‘Bocas trabalhadoras’ e os reparos possíveis em tempos de pandemia

Neste artigo, o objetivo foi realizar uma análise crítica da relação entre saúde bucal e trabalho. A reflexão emergiu do aumento expressivo na busca por atendimentos de urgência odontológica em uma unidade básica de saúde durante a pandemia pelo coronavírus, em que os sujeitos apresentavam algo em comum: a demissão de seus empregos em fábricas de calçados. Com apoio na teoria social crítica, efetuou-se uma análise sobre como o trabalho, entendido como categoria fundante do ser social, tem o seu sentido esvaziado nas sociedades capitalistas, operando mais como um obstáculo à saúde bucal na dinâmica do trabalho assalariado e alienado. Isso porque pôde-se perceber que os sujeitos recém-desempregados acumulavam diversas necessidades em saúde bucal, como infecções e inflamações que causavam sofrimentos, até então internalizados e escondidos para que pudessem manter seus empregos em um contexto de desemprego iminente, possibilitando assim que pudessem seguir reproduzindo a sua vida material. Pensar a relação entre saúde bucal e trabalho nos aproxima da compreensão do processo saúde-doença como socialmente determinado, quando as relações de trabalho explorado se materializam nas ‘bocas trabalhadoras’. Desse modo, vislumbra-se a democratização do acesso à saúde bucal entendida como o direito a uma vida plena.

Foto: StockSnap/Pixabay


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StockSnap/Pixabay Artigo

Perfis profissionais de planos de cursos técnicos em saúde: mercado, SUS e formação humana

Corrêa, A K;
Clapis, M J;
Moraes, S. H. M. d.

10.1590/1981-7746-ojs237

Perfis profissionais de planos de cursos técnicos em saúde: mercado, SUS e formação humana

O estudo que originou este artigo é do tipo qualitativo, documental e de perspectiva histórico-dialética, cujo objetivo é refletir sobre aproximações e afastamentos da formação de técnicos da área da saúde em relação ao Sistema Único de Saúde e à formação humana, mediante a análise de sete planos de cursos, com foco no perfil profissional de seis escolas (quatro públicas e dois estabelecimentos de ensino privados) do estado de São Paulo. A análise foi feita com base nas relações estabelecidas entre perfis profissionais e alguns dispositivos político-legais. A explicitação do Sistema Único de Saúde na descrição dos perfis é fragilizada, não havendo referência, na maioria dos planos, exceto em dois da enfermagem (um deles pertencente à Escola Técnica do Sistema Único de Saúde). Essa fragilidade vai ao encontro dos catálogos nacionais dos cursos técnicos nas versões utilizadas das áreas profissionais em foco. Nos planos, com ênfase nos cursos técnicos em farmácia e nutrição e dietética, sobressai nas justificativas e tendências o enfoque explícito ao mercado. Há apropriação de conceitos potencializadores da lógica neoliberal, mesmo com indicação de ‘formação crítica’. É desafiante a proposição de formação humana e a favor do Sistema Único de Saúde na educação profissional técnica de nível médio em saúde considerando-se os avanços da lógica neoliberal.

Imagem: StockSnap/Pixabay

   
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Peter Ilicciev/FiocruzImagens Artigo

O farmacêutico entre o trabalho prescrito e o real na Atenção Primária à Saúde

Barberato, L C;
Scherer, M D d A;
Carvalho, W M d E S;
Costa, L H;
et al.

10.1590/1981-7746-ojs00279

O farmacêutico entre o trabalho prescrito e o real na Atenção Primária à Saúde

O trabalho do profissional farmacêutico na Atenção Primária à Saúde está em permanente construção. Este artigo analisa o trabalho realizado pelos farmacêuticos na gestão entre o que está prescrito e o que o real exige, na atenção primária do Distrito Federal. Trata-se de um estudo de caso, com triangulação na coleta e na análise dos dados, obtidos por meio de entrevistas e observação do trabalho de farmacêuticos de cinco Regiões de Saúde, resultando em três categorias: estrutura das farmácias; organização do trabalho; tempo e tarefas. O estudo evidencia que o farmacêutico tem sua atuação centrada nos seguintes grupos de ações: pausas; trabalho gerencial/logística; interrupção; atendimento aos usuários. As tarefas ligadas à assistência ao usuário são pontuais e esporádicas, com o foco da atuação nas gerenciais, sobretudo a logística. Apesar dos limites estruturais das farmácias, há elementos no contexto, revelados pelos farmacêuticos, que podem favorecer a ampliação das atividades técnico-assistenciais: a garantia do acesso aos medicamentos como princípio ético; as normativas; a postura de aprendizagem dos profissionais e de abertura para enfrentar o inusitado; a conexão com necessidades da equipe da Unidade Básica de Saúde; a ação coletiva dos farmacêuticos e a formação sobre cuidado farmacêutico.

Foto: Peter Ilicciev/FiocruzImagens


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Artigo

A potência do SUS no enfrentamento à Covid-19: alocação de recursos e ações nos municípios brasileiros

Lui, L;
Lima, L;
Aguiar, R;
Machado, J;
et al.

10.1590/1981-7746-ojs00247

A potência do SUS no enfrentamento à Covid-19: alocação de recursos e ações nos municípios brasileiros

Neste artigo, objetivou-se analisar a forma como os governos municipais responderam à crise sanitária e quais medidas desenvolveram em termos de diagnóstico da Covid-19 e alocação dos recursos provenientes de fontes federais. Para tanto, informações oriundas de uma pesquisa com 4.061 prefeitos coordenada pela Confederação Nacional dos Municípios foram sistematizadas e comparadas com outras bases de dados oficiais. Conclui-se que, a despeito da falta de instrumentos de coordenação desenvolvidos em âmbito federal, a destinação dos recursos e o desenvolvimento de políticas por parte dos municípios se orientaram pela concentração de serviços de referência regional em municípios de grande e médio portes.


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Imagem de Gerd Altmann/Pixabay Artigo

Identidade profissional de assistentes sociais no IFSC: entre o assalariamento e o direcionamento social

Garcia, S;
Silva, A. L. d.

10.1590/1981-7746-ojs00210

Identidade profissional de assistentes sociais no IFSC: entre o assalariamento e o direcionamento social

Este artigo apresenta uma análise sobre o trabalho dos/as assistentes sociais no Instituto Federal de Educação de Santa Catarina, em sua relação com o processo de construção da identidade profissional. A partir do final dos anos 2000, observa-se uma expansão no número de assistentes sociais atuando na política educacional, com a constituição do Programa Nacional de Assistência Estudantil e da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, requisitado, principalmente, para a execução das ações de assistência estudantil. As demandas, requisições e condições de trabalho são elementos que corroboram a construção do projeto ético-político da profissão, e refletir sobre tais aspectos possibilita compreender a realidade para além da sua aparência imediata. Este estudo, fundamentado no materialismo histórico-dialético, desenvolveu-se com base na pesquisa bibliográfica e documental e na pesquisa de campo, utilizando-se do questionário para o levantamento de dados. Os resultados apontam limites e possibilidades ao trabalho dos/as assistentes sociais no Instituto, demonstrando que a construção da identidade profissional ocorre em meio à contradição posta entre as determinações do trabalho assalariado, ao qual os/as assistentes sociais estão sujeitos, e o direcionamento social que se busca imprimir ao exercício profissional, tendo em vista a materialização do projeto profissional.

Imagem: Gerd Altmann/Pixabay


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Foto do perfil do Nasf-AB no Facebook Artigo

Duas críticas às normativas dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família

Duas críticas às normativas dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família

Estudos empíricos identificaram insuficiências e precariedades na atuação de apoio matricial dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família. Este artigo, baseado em experiências assistemáticas diversas e literatura selecionada, defende duas teses interligadas que criticam aspectos das normativas federais originais para atuação desses Núcleos: uma concepção − implícita nas normativas − de atenção primária à saúde como cenário de ações situadas apenas em campos de competência compartilháveis, por um lado; e a opção de inserção desses Núcleos relativamente fora do fluxo assistencial dos usuários, por outro. Argumenta-se que ambas, provavelmente, geraram efeitos adversos envolvidos nos problemas de atuação desses Núcleos: contribuíram para a superestimação dos seus resultados esperados, para o seu subaproveitamento e subdesenvolvimento institucional e para a precarização da sua legitimidade, dificultada com a Política Nacional de Atenção Básica de 2017 e atingida gravemente com o desfinanciamento federal em 2019. Defendese o aperfeiçoamento dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família e sugere-se sua inserção no fluxo assistencial entre a atenção primária à saúde e a atenção secundária, para reduzir o isolamento entre ambas e aperfeiçoar a coordenação personalizada do cuidado, facilitar a legitimidade dos ‘matriciadores’, o apoio matricial e a educação permanente dos profissionais. profissionais.

Foto: perfil do Nasf-AB no Facebook


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Imagem de Mohamed Hassan/Pixabay Artigo

Educação física, gênero e mercado de trabalho: percepções de mulheres sobre a futura área de atuação profissional

Ungheri, B O;
Pacheco, L C;
Falcão, D;
Rocha, M. T. S.

10.1590/1981-7746-ojs00138

Educação física, gênero e mercado de trabalho: percepções de mulheres sobre a futura área de atuação profissional

O estudo analisou a perspectiva de graduandas em Educação Física sobre o exercício de sua futura profissão, o mercado de trabalho e as questões de gênero. Desenvolveram-se quatro Grupos Focais, que foram apreciados sob a técnica de Análise de Conteúdo. Delinearamse quatro categorias de análise: Condição da mulher, Enfrentamento dos estereótipos, Percepções sobre a Educação Física e O mercado da Educação Física para elas. Concluiu-se que as estudantes prospectam enfrentar um mercado de trabalho desvalorizado e marcado por desigualdades entre homens e mulheres.

Foto: Imagem de Mohamed Hassan/Pixabay


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Artigo

Avaliação do contexto de trabalho do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

Maciel, R H;
Cavalcante, A K S;
Medeiros-Costa, M E;
Melo, C. d. F.

10.1590/ 1981-7746-ojs00151

Avaliação do contexto de trabalho do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

O presente estudo objetivou avaliar o contexto de trabalho dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em Fortaleza, Ceará. Foi realizada uma pesquisa transversal e descritiva, que contou com a participação de uma amostra não probabilística de 229 participantes de diferentes categorias profissionais que atuam no serviço. Os participantes responderam à Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho, composta por três fatores. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e multivariada. Os resultados evidenciaram que os fatores analisados na escala – organização do trabalho, relações socioprofissionais e condições de trabalho – apresentaram índices críticos, que sinalizam um alerta para o risco de adoecimento. Conclui-se que os profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência vivenciam um risco potencial que poderá desencadear danos à saúde ocupacional. Recomenda-se que sejam efetivadas medidas para melhoria na organização do trabalho, em suas condições laborais e suas relações socioprofissionais.


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Artigo

A dinâmica da informalidade no Brasil e na Argentina (2012–2019) e a vulnerabilidade da classe trabalhadora

Souza, D M;
Trovão , C. J. B. M.

10.1590/1981-7746-ojs00181

A dinâmica da informalidade no Brasil e na Argentina (2012–2019) e a vulnerabilidade da classe trabalhadora

O objetivo do presente estudo foi identificar o comportamento da informalidade no Brasil e na Argentina, no período de 2012 a 2019. A definição conceitual de informalidade tem como base a legislação e as relações trabalhistas. Fundamentado nas informações das pesquisas domiciliares oficiais, explorou-se o comportamento da informalidade segundo os distintos setores de atividade econômica e a classificação dos trabalhadores por faixas de rendimentos. O período em questão foi caracterizado por transformações que ampliaram a flexibilização das relações de trabalho, em um processo de reconfiguração do mercado de trabalho impulsionado por reformas trabalhistas que, em teoria, proporcionariam uma redução do peso do emprego informal na estrutura ocupacional, à medida que essa flexibilização avançasse. Os resultados não sugerem mudanças significativas no comportamento da informalidade, e corroboram que esse fenômeno continua afetando negativamente, com mais intensidade, os trabalhadores que mais necessitam de proteção social e garantia de direitos. Desse modo, as medidas de flexibilização das relações de trabalho, ao menos considerando o período em análise, não produziram os resultados prometidos. Destaca-se, ainda, uma relativa convergência nos resultados encontrados para os dois países.


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Artigo

A pandemia de Covid-19 como justificativa para ações discriminatórias: viés racial na seletividade do direito a acompanhante ao parto

Mittelbach, J;
Albuquerque, G. S. C.

10.1590/1981-7746-sol00332

A pandemia de Covid-19 como justificativa para ações discriminatórias: viés racial na seletividade do direito a acompanhante ao parto

Este artigo tem como objetivo analisar um subproduto inesperado encontrado na pesquisa de dissertação de mestrado intitulada A cor da violência obstétrica. Chamou a atenção dentre os dados levantados nas entrevistas que 86% das mulheres brancas puderam ter acompanhante de livre escolha em algum momento da internação para o parto. Entre as negras entrevistadas, somente 33% obtiveram autorização para exercer este mesmo direito garantido pela lei nº 11.108 de 2005. A justificativa utilizada pelos serviços de saúde para as mulheres que tiveram o direito a acompanhante negado foi a implementação de protocolos de controle e prevenção em relação à pandemia de Covid-19. Nas maternidades em que estas gestantes se internaram para o parto, não houve proibição irrestrita da presença de acompanhante durante a hospitalização. As instituições analisavam caso a caso. Esta avaliação subjetiva, sem critérios definidos, apresentou um viés racial na seletividade. Essas violações dos direitos das parturientes podem ser caracterizadas como racismo obstétrico.


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Alberto Giuliani, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons Artigo

Prevalência de sintomas de depressão e ansiedade em trabalhadores durante a pandemia da Covid-19

Guilland, R;
Klokner, S G M;
Knapik, J;
Crocce-Carlotto, P A;
et al.

10.1590/1981-7746-ojs00186

Prevalência de sintomas de depressão e ansiedade em trabalhadores durante a pandemia da Covid-19

O estudo avaliou a prevalência de sintomas de depressão e ansiedade em uma amostra de trabalhadores brasileiros de diversos segmentos, durante a pandemia da Covid-19. Foi também verificada a correlação entre as escalas de ansiedade e depressão dos instrumentos de rastreio. Foram coletados dados on-line por meio de três instrumentos: questionário sociodemográfico e ocupacional, a Depression, Anxiety and Stress Scale - Short Form e o Inventário de Saúde Mental Ocupacional. Participaram 503 profissionais, destes 78,5% do sexo feminino, com idade média de 41,38 anos, das quais 92% cursaram o ensino superior e residiam na região Sul do Brasil. Ambas as escalas detectaram maior prevalência de sintomas de ansiedade em mulheres (54,3% e 59,9%) e em pessoas solteiras (68,8% e 68,1%). Houve associação significativa entre desfechos de sintomas de ansiedade e depressão e prevalência de duas variáveis independentes: o contato com pessoas diagnosticadas com Covid-19 e sentir-se preocupado com a pandemia. O Inventário de Saúde Mental Ocupacional mostrou maior sensibilidade para aferir sintomas de ansiedade e discriminar os trabalhadores que apresentam sintomas daqueles que indicam ter saúde mental, quando comparado ao outro instrumento. Sugerem-se estudos longitudinais para capturar os efeitos de longo termo dos desfechos avaliados, a fim de aperfeiçoar a análise dos preditores dos valores críticos e não críticos dos sintomas de agravos à saúde mental.

Foto: Alberto Giuliani, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons


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Thiago Japyassu/Unsplash Artigo

Processo de trabalho da Estratégia Saúde da Família na pandemia no Recife-PE: singularidades socioespaciais

Santana, M M;
Medeiros, K R;
Monken, M.

10.1590/1981-7746-ojs00154

Processo de trabalho da Estratégia Saúde da Família na pandemia no Recife-PE: singularidades socioespaciais

Os múltiplos impactos da Covid-19 nos territórios de vinculação das equipes da Estratégia Saúde da Família requerem reorganizar o processo de trabalho. Neste estudo, propõe-se analisar as recomendações da Secretaria de Saúde da cidade do Recife (Pernambuco) direcionadas às mudanças no processo de trabalho da Estratégia durante a pandemia de Covid-19, relacionando-as com as singularidades socioespaciais dos territórios de vinculação das equipes. Trata-se de estudo de caso desenvolvido mediante pesquisa documental (N=14). Os resultados indicam que os componentes do processo de trabalho (objeto, instrumentos, ações e finalidades) estão centralizados na doença, pressupondo um trabalho com abordagem individual e clínica. As ações coletivas de promoção e vigilância são direcionadas quase que exclusivamente ao agente comunitário de saúde. Em geral, as recomendações não consideram a magnitude das necessidades de saúde decorrentes das repercussões da Covid-19 e contemplam de forma incipiente as singularidades socioespaciais dos territórios. No entanto, os resultados obtidos retratam apenas a perspectiva das recomendações, evidenciando a necessidade de se checar a operacionalização, na busca de compreender a direcionalidade e a amplitude do processo de trabalho reorganizado em virtude da pandemia de Covid-19 e sua relação com as singularidades socioespaciais.

Foto: Thiago Japyassu/Unsplash


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geralt/Pixabay Artigo

Comunidade de Práticas da Atenção Básica à Saúde: memória do horizonte de uma gestão coletiva da saúde

Guizardi, F L;
Machado, F R d S;
Lemos, A. S. P.

10.1590/1981-7746-ojs00216

Comunidade de Práticas da Atenção Básica à Saúde: memória do horizonte de uma gestão coletiva da saúde

A pesquisa que originou este artigo teve como objetivo identificar experiências de apoio institucional no âmbito da Atenção Primária à Saúde, para apreender como ocorrem a difusão da proposta, os limites, dificuldades e resultados que ela alcançou em distintos contextos e realidades. O mapeamento foi realizado por meio de pesquisa documental na Comunidade de Práticas da Atenção Básica, resultando na inclusão de 38 relatos de
experiência. Os dados corroboram o potencial do apoio institucional para fomentar práticas e arranjos de gestão compartilhada na implementação de políticas e programas de saúde, na promoção de mudanças no processo de trabalho de equipes e na integração intra e interinstitucional. Ele é empregado como recurso para transformar indicativos normativos em relações sociais e dispositivos organizacionais no cotidiano da atenção
e da gestão do Sistema Único de Saúde. Os principais desafios identificados referem-se às resistências oriundas de dinâmicas culturais e comunicacionais atinentes a concepções e práticas de gestão influenciadas pelo modelo da administração clássica, além de um conjunto de questões operacionais que incidem negativamente nos resultados alcançados. A sistematização das experiências possibilitou-nos compreender que o apoio institucional demanda habilidades de mediação complexas, que precisam ser melhor compreendidas e instrumentalizadas, principalmente no tocante à participação da comunidade.

Foto: geralt/Pixabay


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Esquerda.Net/Flickr/via Wikimedia Commons, CC BY-SA 2.0 Artigo

As transformações recentes no programa de reabilitação profissional do INSS

Kulaitis, F;
Clemente Silva, K.

10.1590/1981-7746-sol00335

As transformações recentes no programa de reabilitação profissional do INSS

Neste artigo, analisam-se as transformações ocorridas no Programa de Reabilitação Profissional do Instituto Nacional do Seguro Social desde 2009. Considera-se que o referido serviço foi concebido e operacionalizado com base no chamado campo da Saúde do Trabalhador, mas sofreu, a partir de 2018, um processo de desestruturação. As características desse processo são reveladas por meio da análise dos manuais técnicos de procedimentos (2011, 2016 e 2018), pois neles se encontram concepções teóricas, regras de organização e objetivos do serviço. O artigo é desenvolvido em três partes que evidenciam, sequencialmente, a construção do campo da Saúde do Trabalhador, sua inserção na política pública de Previdência Social e, enfim, sua operacionalização e suas transformações por meio dos manuais de procedimentos. Os resultados revelam um processo de desestruturação do programa, que se afasta de uma concepção multidimensiona da saúde do trabalhador, ao mesmo tempo que a dimensão biológica se torna central.

Foto: Esquerda.Net/Flickr/via Wikimedia Commons, CC BY-SA 2.0


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Alberto César Araújo/Amazônia Real. Alguns direitos reservados Artigo

Curso em saúde mental no contexto da Covid-19 com povos indígenas por meio de ensino remoto

Kadri, M R E;
Melo, B D;
Souza e Souza, M;
Noal, D S;
et al.

10.1590/1981-7746-sol00333

Curso em saúde mental no contexto da Covid-19 com povos indígenas por meio de ensino remoto

O enfrentamento à Covid-19 suscitou a necessidade da formação em Saúde Mental para profissionais da saúde, educação, proteção social e lideranças comunitárias que atuam junto aos povos indígenas. Em seus cotidianos, essas comunidades já convivem com questões que impactam a saúde mental e a espiritual, mas o sofrimento psíquico ficou ainda mais evidenciado no contexto pandêmico. O curso ‘Bem viver: Saúde Mental Indígena’, voltado para mitigar o impacto psicossocial da Covid-19 nas populações indígenas da Amazônia brasileira, exigiu estratégias inovadoras ante o desafio de ensino remoto nesse contexto de conectividade limitada e isolamento territorial. Os desenhos pedagógico e operacional do curso priorizaram o diálogo intercultural na elaboração dos conteúdos com uso de diversas ferramentas de ensino para superar barreiras de conectividade e de entendimento da língua portuguesa no formato escrito. Apesar do desafio da produção coletiva e intercultural, dada a diversidade étnica, o curso foi um espaço de produção e trocas entre profissionais de diferentes áreas e lideranças comunitárias, sempre buscando um olhar ampliado sobre as práticas de cuidado, apoio psicossocial e valorizando as formas de atenção à saúde utilizadas pelas comunidades.

Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real. Alguns direitos reservados .


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Hucitec Editora Resenha

Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde: contribuições para renovação teórico-metodológica da saúde coletiva

Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde: contribuições para renovação teórico-metodológica da saúde coletiva

PORTO, Marcelo F.; ROCHA, Diogo F.; FARSANELLO, Marina T. Saúde, Ecologias e Emancipação:
conhecimentos alternativos em tempos de crise(s). São Paulo: Hucitec, 2021. 212p.

Foto: Hucitec Editora


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LIMAT MD ARIF/Pixabay Ensaio

Torna-te indivíduo: a noção de si e do outro no laço social capitalista

Silva, D. P. d.

Torna-te indivíduo: a noção de si e do outro no laço social capitalista

Este ensaio se dirige a um campo lacunar na crítica da economia política: o estudo e a disputa da noção de pessoa no laço social capitalista. Com esse intento, trazemos ‘o indivíduo’ ao foco, defendendo a ideia de que ele configura uma instituição capitalista, isto é, uma regra de pensamento sobre si e sobre os outros que dá consistência à sociedade. Mostramos, então, que essa consistência pode ser percebida na própria análise que Marx faz do capitalismo, uma vez que o preenchimento histórico do sentido do trabalho e a lógica dos conteúdos da mercadoria exigem a produção de sujeitos essencialmente heterônomos, submissos e eivados pela desigualdade. O indivíduo é, assim, reconfigurado, posto no lugar de uma solução de compromisso que propaga um discurso oposto: o de que nossa individualidade é uma marca aparente de autonomia, independência, igualdade e liberdade.

Foto: LIMAT MD ARIF/Pixabay


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Maycon Gomes/EPSJV-Fiocruz Ensaio

Sobre o conceito de risco em Epidemiologia

Barradas Barata, R.

10.1590/1981-7746-ojs862

Sobre o conceito de risco em Epidemiologia

 Este ensaio teórico analisa a centralidade do conceito de risco para a ciência epidemiológica, descrevendo os tipos de medidas de risco e suas definições, a origem e o desenvolvimento histórico dessas medidas desde o século XVII até o momento atual. Em seguida, são analisadas as fases do desenvolvimento histórico do conceito de risco desde a constituição da disciplina no século XIX, passando pela transposição do limiar de cientificidade, até a atualidade. Após esse recorrido histórico, são apontados os pressupostos epistemológicos do conceito de risco tal qual ele se apresenta na epidemiologia. A polissemia do conceito nos saberes do senso comum e sua formulação em diferentes disciplinas científicas assim como suas diferentes conotações no âmbito da epidemiologia são brevemente comentadas. Finalizamos com a discussão do conceito na chamada sociedade de riscos da modernidade tardia. Consideramos que o ensaio possa ser de utilidade na formação dos profissionais de saúde, tendo em vista seu papel nuclear na epidemiologia e na Saúde Coletiva, não apenas como articulador das proposições teóricas, mas também na orientação das práticas. 


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Slobodan Dimitrov, CC BY-SA 3.0, Wikimedia Commons Ensaio

“Flores da revolução”: notas para uma pedagogia do trabalho em Paulo Freire

“Flores da revolução”: notas para uma pedagogia do trabalho em Paulo Freire

O principal objetivo deste ensaio consiste em problematizar elementos constitutivos de uma pedagogia do trabalho presente nas obras de Paulo Freire, com ênfase na experiência registrada no livro Cartas à Guiné-Bissau. Destarte, uma das ideias que desenvolvo é aquela segundo a qual Paulo Freire, ao tratar do tema da educação de adultos, no decorrer de sua experiência como educador, tratou em última análise de processos de educação de trabalhadores, um patrimônio singular de educação crítica e libertadora da classe trabalhadora. Por meio da análise das cartas guineenses em diálogo com outras obras do próprio Freire e autores do campo do materialismo histórico, observaram-se fundamentos de uma pedagogia do trabalho de natureza revolucionária e caráter anticolonial. Assim, chegou- se a seis temas pedagógicos principais relacionados à categoria trabalho: educação e trabalho produtivo; a escola do trabalho; formação de trabalhadores; educação, produção e saúde; o novo intelectual coletivo; e pedagogia da luta e descolonização das mentalidades. ‘Flores da revolução’ consiste em um texto que celebra o fecundo legado teórico-etodológico freiriano, herdado pelo processo revolucionário de Guiné-Bissau, bem como comemora os cem anos de nascimento de Paulo Freire em 2021.

Foto: Slobodan Dimitrov, CC BY-SA 3.0, Wikimedia Commons.


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Foto de Anna Shvets/Pexels Nota de conjuntura

“O médico brasileiro sabe como tratar a Covid-19”: sentidos de autonomia médica na pandemia

Oliveira, I L d;
, M A C d S;
Guedes, K D d S;
Silva, N R B d;
et al.

10.1590/1981-7746-ojs568

“O médico brasileiro sabe como tratar a Covid-19”: sentidos de autonomia médica na pandemia

A pandemia de Covid-19 teve início no Brasil em março de 2020. Desde então, há diversas divergências e disputas, entre profissionais de saúde, pesquisadores e entidades regulamentadoras, sobre tratamentos prescritos para essa infecção. Diante desse cenário, esta nota se propõe a discutir a autonomia médica na conjuntura descrita, com base em documentos oficiais do Conselho Federal de Medicina brasileiro, produzidos entre 2020 e 2021, considerando as possibilidades terapêuticas mencionadas. Como resultado, foram obtidos três documentos oficiais que evidenciam como única forma de ‘autonomia’ a ‘autonomia médica’, enquanto a ‘autonomia do paciente’ não é evidenciada no que tange à adoção de terapêuticas. Não observamos discussões nos documentos sobre o princípio bioético da não maleficência e o da própria autonomia. Desta forma, percebe-se que a valorização da ‘autonomia médica’, sem considerar os saberes/fazeres dos pacientes e, tampouco, os achados científicos, pode promover equívocos e ferir princípios do fazer médico.

Foto: Anna Shvets/Pexels


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Michael Carruth/Unplash Nota de conjuntura

Negacionismo científico: do debate epistemológico à luta de classes

Guimarães, C. C.

10.1590/1981-7746-ojs628

Negacionismo científico: do debate epistemológico à luta de classes

O texto debate o negacionismo científico com base em duas referências principais. A primeira é de ordem epistemológica e remete ao discurso pós-moderno sobre a ciência, com sua relativização dos critérios de busca e definição da verdade. Compreende, no entanto, que, contemporaneamente, esse fenômeno ultrapassa os espaços de discussão científica, atingindo o conjunto da sociedade. Para dar conta dessa particularidade, tem, como segunda referência, discussões sobre o processo de formação de opiniões, concepções de mundo e convicções do que o filósofo italiano Antonio Gramsci chamou de ‘homem do povo’. São usados, para esse fim, o conceito de senso comum, do mesmo pensador e militante sardo, e a teorização de Agner Heller sobre como a adesão aos diferentes conhecimentos que atravessam o cotidiano das pessoas depende de sentimentos de identidade como a fé (não religiosa) e a confiança que, segundo a autora, têm motivações e efeitos distintos. Defende, por fim, que é preciso reafirmar a objetividade como um critério da ciência no debate epistemológico, mas que é igualmente necessário enfrentar esse problema no terreno da luta de classes, fortalecendo relações orgânicas de identidade e confiança como parte da disputa de hegemonia.

Foto: Michael Carruth/Unplash


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Eric Antoni/Wikimedia Commons/CC BY-SA 4.0 Entrevista

Contribuições da ergologia para a gestão do trabalho: entrevista com Yves Schwartz

Scherer, M;
Pires, D E;
Prado, N M d B;
Menezes, E. L. C. d.

10.1590/1981-7746-sol00336

Contribuições da ergologia para a gestão do trabalho: entrevista com Yves Schwartz

Yves Schwartz é filósofo, professor emérito d’Aix-Marseille Université, França, foi professor catedrático da Universidade do Porto, Portugal e presidente fundador da Sociedade Internacional de Ergologia (SIE). Membro do comitê científico de revistas europeias e brasileiras e de várias sociedades científicas. Membro do Centre de Recherche sur le Travail et le Développement (CRTD) do Conservatoire National des Arts et Métiers (Cnam), Paris, França. A vasta obra de Yves Schwartz traz um aporte teórico e metodológico fundamental para subsidiar estudos sobre a ação humana que nos ajuda conhecer, compreender e intervir no trabalho. Esta entrevista foi realizada no contexto da pandemia de covid-19, que nos exige ainda mais reflexões sobre a atividade humana. Na entrevista buscamos conhecer como surgiu a ergologia e quais as contribuições que ela aporta para essas reflexões e para a compreensão dos desafios relacionados a gestão do trabalho.

Foto: Eric Antoni/Wikimedia Commons/CC BY-SA 4.0


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Imagem de Džoko Stach/Pixabay Artigo de Revisão

Olhar profissional no atendimento em saúde às pessoas privadas de liberdade: revisão integrativa

Rossetto, M;
Alves, C G R;
Drechsler, G;
Kuerten, L F;
et al.

10.1590/1981-7746-ojs909

Olhar profissional no atendimento em saúde às pessoas privadas de liberdade: revisão integrativa

O sistema carcerário pode ser marcado por um conjunto de fatores que dificultam a ressocialização do indivíduo e o acesso integral à saúde, revelando questões que afetam a assistência e dificultam a atuação dos profissionais de saúde. Para tanto, buscou-se neste texto descrever a visão de profissionais das diversas áreas da saúde a respeito do atendimento às pessoas privadas de liberdade por meio da leitura de artigos. A revisão integrativa foi construída com base em pesquisa nas bases de dados Medline, via PubMed, e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências em Saúde, por meio dos descritores education, medical, health personnel e prisoners, selecionando artigos publicados nos últimos dez anos. Após a etapa de exclusão, foram lidas na íntegra 68 referências, resultando em 13 estudos selecionados. Definiram-se três categorias com base na identificação dos temas mais frequentes nas publicações: estigma, barreiras no atendimento e saúde mental. Conclui-se que ainda existem lacunas importantes para a formação adequada voltada ao atendimento das pessoas privadas de liberdade, uma vez que estigmas e barreiras do sistema prejudicam a saúde mental desse grupo vulnerável no âmbito de acesso integral à saúde.

Foto: Imagem de Džoko Stach/Pixabay 


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Retornos (aquarela), de Beth Palatnik Artigo de Revisão

Incorporações e usos do conceito de recovery no contexto da Reforma Psiquiátrica Brasileira: uma revisão da literatura

Brandão, A D d L;
Figueiredo, A P;
Delgado, P. G. G.

10.1590/1981-7746-ojs00189

Incorporações e usos do conceito de recovery no contexto da Reforma Psiquiátrica Brasileira: uma revisão da literatura

O conceito de recovery no campo da saúde mental, oriundo do movimento de pacientes e familiares nos países anglo- axões, tornou-se relevante para a compreensão de práticas de cuidado, valorizando aquelas que incorporem o protagonismo dos usuários e uma dimensão crítica dos métodos de tratamento. Tendo como objetivo investigar as diferentes perspectivas nas quais o conceito vem sendo compreendido e experimentado no contexto da Reforma Psiquiátrica Brasileira, realizou-se uma revisão integrativa da literatura publicada no país sobre o recovery, tomando como critério de inclusão textos que relatam ou analisam experiências concretas de cuidado e que se definam como sendo ‘baseadas no recovery’. Após ampla busca, foram analisados 32 trabalhos, entre artigos, dissertações e teses. O termo recovery aparece na bibliografia brasileira de saúde mental a partir de 2011, e os trabalhos concentram-se notavelmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, ligados a instituições de ensino superior e pesquisa. Grande parte da produção não incorpora elementos-chave do conceito estudado, como o protagonismo de usuários, além de por vezes tomar recovery como sinônimo de reabilitação psicossocial. Apesar do avanço e da consolidação do campo da atenção psicossocial no país, a dimensão do protagonismo de usuários ainda é incipiente na experiência brasileira.

Foto: Retornos (aquarela), de Beth Palatnik


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fernandozhiminaicela/2460 images/pixabay Artigo de Revisão

Impacto da Covid-19 em profissionais de enfermagem: revisão sistemática e meta-análise

Souza, T P;
Rossetto, M;
Almeida, C. P. B. d.

10.1590/1981-7746-ojs00069

Impacto da Covid-19 em profissionais de enfermagem: revisão sistemática e meta-análise

O trabalho de enfermagem possui uma demanda crescente, tornando-se extenuante especialmente durante a pandemia de Covid-19. Assim, o objetivo do estudo foi avaliar os impactos da pandemia de Covid-19 na saúde dos profissionais de enfermagem por meio de uma revisão sistemática da literatura com meta-análise, incluindo estudos publicados em 2020 na Web of Science, PubMed e SciELO. Em relação à revisão sistemática, incluímos 25 estudos, com desenho transversal, de 12 países. Os participantes eram em sua maioria enfermeiras ou equipes de enfermagem. Impactos mentais como ansiedade, depressão, desânimo e sentimento de obrigação de trabalhar foram frequentemente relatados pelos participantes dos estudos. As meta-análises incluíram variáveis de sofrimento psicológico, e nenhuma associação foi encontrada entre sofrimento psíquico e o fato de ser um profissional de saúde de linha de frente (OR 0,94; IC 95% 0,33–,67). A saúde mental dos profissionais de enfermagem foi impactada negativamente pela pandemia de Covid-19. Os principais sintomas apresentados foram ansiedade, depressão e desânimo, e muitas enfermeiras se sentiram obrigadas a trabalhar na linha de frente do combate à pandemia; embora sofram impactos emocionais e sobrecarga de trabalho nos serviços de saúde.

Foto: fernandozhiminaicela/2460 images/pixabay


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Agradecimentos aos pareceristas