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O conceito de recovery no campo da saúde mental, oriundo do movimento de pacientes e familiares nos países anglo- axões, tornou-se relevante para a compreensão de práticas de cuidado, valorizando aquelas que incorporem o protagonismo dos usuários e uma dimensão crítica dos métodos de tratamento. Tendo como objetivo investigar as diferentes perspectivas nas quais o conceito vem sendo compreendido e experimentado no contexto da Reforma Psiquiátrica Brasileira, realizou-se uma revisão integrativa da literatura publicada no país sobre o recovery, tomando como critério de inclusão textos que relatam ou analisam experiências concretas de cuidado e que se definam como sendo ‘baseadas no recovery’. Após ampla busca, foram analisados 32 trabalhos, entre artigos, dissertações e teses. O termo recovery aparece na bibliografia brasileira de saúde mental a partir de 2011, e os trabalhos concentram-se notavelmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, ligados a instituições de ensino superior e pesquisa. Grande parte da produção não incorpora elementos-chave do conceito estudado, como o protagonismo de usuários, além de por vezes tomar recovery como sinônimo de reabilitação psicossocial. Apesar do avanço e da consolidação do campo da atenção psicossocial no país, a dimensão do protagonismo de usuários ainda é incipiente na experiência brasileira.
Foto: Retornos (aquarela), de Beth Palatnik
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