A Trabalho, Educação e Saúde (TES) é uma revista científica em acesso aberto, editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz.

A gestão coletiva dos serviços de saúde pública: uma perspectiva ergológica

  • Maristela Botelho França
  • Hélder Pordeus Muniz
  • Maristela Botelho França

    Professora associada do Departamento de Processos Técnicos e Documentais da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Rio de Janeiro, Brasil. Pós-doutora em Psicologia do Trabalho pelo CNAM, Paris, França.

    Hélder Pordeus Muniz

    Professor associado do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, Brasil. Pós-doutor em Psicologia Social do Trabalho e das Organizações pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).



Resumo

A partir da análise de situações de trabalho, observa-se que a gestão do trabalho não é responsabilidade do indivíduo, mas das entidades coletivas relativamente pertinentes. São elas que possibilitam as renormatizações, construindo negociações de modo que as renormatizações não ocorram em um movimento individualista, mas na sinergia da construção de um patrimônio histórico. São retomadas reflexões realizadas em dois serviços de um hospital público no Brasil e, com uma perspectiva ergológica, discute-se que essas entidades coletivas não são previamente estabelecidas, pois emergem do debate de normas e de valores que acontecem no desenvolver das atividades. No serviço de marcação de exames e no serviço de enfermaria, as normas correspondem simultaneamente a normas relativas aos procedimentos e à organização do trabalho, mas também dizem respeito ao tratamento singular de situações específicas dos pacientes que colocam em debate valores sem escala de medida (do bem comum) e valores mensuráveis (mercantis). O processo que se dá tem consequência tanto para o trabalho de gerentes e trabalhadores dos serviços quanto para o do interventor-ergologista, para os quais compreender melhor em conjunto a interrelação entre esses valores e como melhor trabalhar com eles no processo de gestão torna-se uma tarefa primordial.

Palavras-chave

trabalho em saúde,
gestão,
entidades coletivas relativamente pertinentes,
debate de valores,
perspectiva ergológica

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