e-ISSN: 1981-7746
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A inclusão das Equipes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família representa uma mudança na saúde pública. Este estudo tem como objetivo conhecer percepções de egressos e coordenadores da formação técnica ministrada pela Escola Técnica de Saúde para Técnicos em Saúde Bucal em municípios do Norte de Minas Gerais, a partir do Programa Brasil Sorridente. A metodologia utilizada é exploratória-descritiva, com ênfase qualitativa. Os egressos afirmam que a participação no curso beneficia o serviço prestado à população por meio de ações de educação em saúde, maior eficiência, compreensão e qualidade de atividades desenvolvidas nas clínicas. As falas dos coordenadores e dos egressos enfatizam as melhorias nas ações de biossegurança. A percepção das equipes de saúde bucal, representada pelos egressos do curso técnico em saúde bucal e pelos coordenadores das equipes em que estão inseridos, ratifica a hipótese de que investir em educação para os trabalhadores do Sistema Único de Saúde contribui para a qualidade do serviço prestado.
O artigo apresenta um mapeamento da inserção formal de pessoas com deficiência no mercado de trabalho brasileiro. Foram utilizados dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no Censo Demográfico de 2010, no que tange às variáveis funcionalidade e deficiência. Adicionalmente, são utilizadas informações contidas na Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego, que, a partir de 2007, passou a divulgar o número e o perfil dos vínculos empregatícios exercidos por pessoas com deficiência. Tal mapeamento é precedido por uma seção sobre linhas gerais do contexto histórico de inclusão social das pessoas com deficiência, além de uma síntese a respeito de legislações no campo da 'ação afirmativa'. A avaliação dos dados revela uma participação muito baixa das pessoas com deficiência no mercado de trabalho formal no Brasil, concentrada em atividades precárias, descontínuas e informais (ou inativo, sem exercer ocupações).
Trata-se de uma pesquisa-intervenção do tipo apoio. Nesta investigação, avaliaram-se os efeitos do curso-intervenção Cogestão da Clínica Ampliada e Compartilhada, especialmente no que se refere à incorporação de saberes que auxiliam os profissionais a desenvolverem a capacidade de trabalhar em rede, em equipe e com cogestão do trabalho em saúde. O curso foi oferecido aos profissionais que compunham as equipes do Centro de Saúde Aeroporto e do Centro de Atenção Psicossocial David Capistrano e a apoiadores institucionais do Distrito Sudoeste de Campinas, São Paulo. Para a produção de dados, utilizaram-se duas técnicas: observação e realização de grupos focais de avaliação com os profissionais que participaram do curso. Constataram-se mudanças relevantes nos profissionais no que diz respeito às dimensões clínica, político-institucional e do governo de si mesmos.
Este estudo qualitativo objetivou conhecer a concepção e a vivência de 27 trabalhadores da Estratégia Saúde da Família sobre educação em saúde. O desenvolvimento da problematização, como pensada por Paulo Freire, facilitou o trabalho grupal participativo. Neste recorte, foram discutidas duas das categorias: práticas educativas e seus enigmas; e (re) significando as práticas educativas. Os temas trazidos foram codificados, decodificados e desvelados criticamente, bem como expressas as dificuldades, possibilidades e expectativas da ação educativa. Os resultados revelaram as dificuldades dos sujeitos em diferentes aspectos do agir educativo em suas práticas e como são fortes os resquícios de uma prática bancária, preventiva e medicalizada. A reflexão que daí procedeu sensibilizou-os, o que demonstrou potencial para o desenvolvimento de práticas educativas transformadoras e a necessidade de uma educação permanente, a fim de ampliar suas habilidades dialógicas.
O presente artigo tem por objetivo abordar alguns aspectos da vida dos agentes comunitários de saúde do município de São Carlos, São Paulo. Utilizou-se para a construção deste estudo a pesquisa qualitativa, com a aplicação da entrevista semiestruturada e análise temática de conteúdo. Quatro categorias resultaram da análise: como vejo meu trabalho; dificuldades e facilidades de morar no bairro; o ACS em seus diferentes papéis; e, por fim, qualidade de vida: a vida como ela é. A aproximação com a realidade estudada possibilitou perceber o agente comunitário de saúde para além da dimensão trabalho e destacar os aspectos que o particularizam e diferenciam dos demais profissionais do Sistema Único de Saúde, a saber: ser trabalhador, morador e usuário. Concluímos que o agente comunitário de saúde precisa ser compreendido na singularidade que a profissão apresenta, proporcionando o fortalecimento pessoal e profissional cotidiano.
A atuação da enfermagem radiológica cresceu significativamente, tornando esse profissional um elemento integral na radiologia e no diagnóstico por imagem. Considerando que um profissional com fragilidades em sua qualificação expõe-se a riscos desnecessários, a importância deste trabalho é resultado da necessidade de disseminar conhecimentos acerca da especialidade a futuros profissionais. O objetivo deste artigo é conhecer o processo de trabalho em diagnóstico por imagem dos discentes do Curso Técnico em Enfermagem-Proeja, em uma instituição pública da Grande Florianópolis, no estado de Santa Catarina. A metodologia utilizada foi a pesquisa-ação. Aplicaram-se três questionários aos discentes e docentes do curso, a fim de conhecer as necessidades do curso em relação ao tema. Os resultados revelaram uma defasagem na formação, visto que a temática não é abordada nas aulas. Com base nas necessidades expostas pelos participantes da pesquisa, as ações de capacitação foram planejadas, abordando temas como radiação ionizante, proteção radiológica, atuação do técnico em enfermagem na área e legislação. Após a capacitação, os alunos mostraram maior segurança e interesse em atuar nos serviços de diagnóstico por imagem, bem como em manter um processo de educação continuada. Sendo assim, a realização da capacitação mostrou-se pertinente à formação dos futuros profissionais.
Este artigo apresenta uma análise de artigos científicos publicados e de tendências nas produções científicas sobre a enfermagem, abordando a subjetividade no trabalho do enfermeiro e o referencial teórico-metodológico da ergologia. A perspectiva ergológica compreende o trabalho como uma atividade essencialmente humana que implica o uso de si do trabalhador, mediado pelo dispositivo dinâmico de três polos. As buscas de artigos, dissertações e teses foram realizadas na Biblioteca Virtual em Saúde, no PubMed e no banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), nos meses de abril a julho de 2011 e de fevereiro a abril de 2012. Foram analisados 69 artigos publicados, 14 dissertações e oito teses. Com os achados, percebe-se a relevância do uso de si do enfermeiro na superação das lacunas entre o trabalho prescrito e o real. Concluímos que novos investimentos em estudos sobre a relação dos enfermeiros com o seu trabalho, associada ao referencial da ergologia, poderão explorar como ocorrem as tomadas de decisão, o sentido dado às experiências e as singularidades oriundas da prática laboral.
Este artigo aborda os resultados de pesquisa realizada entre 2008 e 2011 no âmbito da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, cujo objeto foi a formação técnica do agente comunitário de saúde (ACS). O eixo central de análise foram as mudanças produzidas no processo de trabalho decorrentes da reorientação do modelo de atenção à saúde pretendida com a implantação da Estratégia Saúde da Família. Participaram da pesquisa 32 ACSs alunos do curso, oito profissionais das suas equipes e dois ACSs da diretoria do Sindicato de Agentes Comunitários de Saúde do Rio de Janeiro que não eram alunos do curso. De maneira geral, os entrevistados questionaram as conquistas pretendidas com a mudança no modelo de atenção. Quanto à contribuição da formação técnica para a atuação dos ACSs, existe uma contradição clara entre a percepção deles e a perspectiva de médicos e enfermeiros. Enquanto esses últimos perceberam poucas mudanças ocorridas na atuação dos ACSs em decorrência do curso realizado, os agentes foram unânimes em apontar mudanças em relação ao trabalho e à sua própria vida. A tensão na relação entre ACSs e demais profissionais da equipe esteve presente nos resultados da pesquisa e indica uma necessidade de aprofundamento dessa relação.
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Partindo da candente discussão sobre humanização em saúde, este ensaio procura problematizar a abordagem sobre essa temática enfocando a necessária contribuição da 'teoria da cultura' e da 'educação do gosto'. Resgatando, numa perspectiva histórica e filosófica, os conceitos de Kultur e Bildung de Goethe e entendendo a formação como resultado da 'educação do gosto', este ensaio busca também pensar a humanização do profissional de saúde para além da implementação de políticas de treinamento técnico aplicadas no cotidiano do trabalho - também como experiência efetiva de uma formação pessoal que passa por uma experiência cultural.
Este artigo discute a importância de oficinas de música e corpo na formação do profissional de saúde. Para tanto, serão apresentadas e analisadas duas oficinas: "Clínica no coração da música: você escuta o que ouve?" e "O corpo e a clínica no coração da música". Participaram das oficinas docentes, funcionários e estudantes dos diferentes cursos de graduação da universidade. Entre os dados produzidos, a partir do método cartográfico, estão: as concepções de corpo pulsante, potente, criativo e vivo; as relações profícuas entre música, trabalho corporal e escuta clínica; as discussões sobre integralidade na saúde e o corpo; reflexões sobre cenários que permitam a experimentação da escuta e do corpo na formação de profissionais de saúde; e a oficina como dispositivo da formação centrada na experiência.