A Trabalho, Educação e Saúde (TES) é uma revista científica em acesso aberto, editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz.

Competências, sofrimento e construção de sentido na atividade de auxiliares de enfermagem em UTIn

  • Luciana Gomes
  • Letícia Pessoa Masson
  • Jussara Cruz de Brito
  • Milton Athayde
  • Luciana Gomes

    Doutoranda em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), Rio de Janeiro, Brasil.

    Letícia Pessoa Masson

    Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Rio de Janeiro, Brasil.

    Jussara Cruz de Brito

    Pesquisadora do Centro de Estudo da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), Rio de Janeiro, Brasil. Doutora em Saúde Pública pela Ensp, com pós-doutorado em Ergologia pela Université d'Aixen-Provence, França.

    Milton Athayde

    Professor do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Rio de Janeiro, Brasil. Doutor em Engenharia de Produção/Ergonomia pela Coppe/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pós-doutorado em Ergologia pela Université d'Aixen-Provence, França



Resumo

O artigo trata das competências requeridas/ desenvolvidas nas atividades de auxiliares de enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) em articulação com a saúde dessas trabalhadoras (o sofrimento→prazer no trabalho). A perspectiva da ergologia orienta o esforço investigativo, incorporando outros referenciais, como os contidos nos estudos de Zarifian e Dejours. No plano metodológico, ainda tendo o ponto de vista da atividade como operador sintético, foram feitos levantamento e análise de documentos e visitas à Utin, operando-se com o dispositivo Encontros sobre o Trabalho, da Comunidade Ampliada de Pesquisa (CAP). Concluiu-se que o coletivo de auxiliares, protagonista do trabalho em análise, construiu um patrimônio de conhecimentos práticos sobre o seu trabalho e uma base minimamente eficaz de transmissão desse patrimônio. Fazendo uso da abordagem 'Psicodinâmica do Trabalho', ressaltou-se o caráter desafiante que o trabalho em UTI Neonatal apresenta, o que envolve saber lidar não só com o sofrimento dos neonatos como também o de mães e familiares, inclusive como forma de defesa contra seu próprio sofrimento, evitando um rumo patogênico. Observou-se, por fim, que é premente a demanda de qualificação formal por parte dessas trabalhadoras, o que propiciaria, dentre outros importantes benefícios, um maior reconhecimento social, com efeitos positivos sobre sua própria saúde.

Palavras-chave

trabalho em saúde,
UTI Neonatal,
sofrimento psíquico,
ergologia,
Psicodinâmica do Trabalho

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