e-ISSN: 1981-7746
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A Trabalho, Educação e Saúde (TES) publica contribuições originais sobre os campos da educação e da saúde, discutindo-os sob a ótica da organização do trabalho contemporâneo, de uma perspectiva crítica e interdisciplinar. Para submeter um texto, consultar a Política Editorial e as Instruções aos Autores.
Os técnicos em citopatologia são fundamentais para o rastreamento do câncer de colo do útero, porém existem lacunas na sua formação. Nesta revisão de literatura, com abordagem qualitativa, realizada na Biblioteca Virtual em Saúde e na SciELO, sem recorte temporal, descrevemos o histórico das políticas públicas de combate ao câncer de colo de útero, relacionando-o à história da educação profissional técnica em citopatologia, analisando as conexões entre tais sequências de eventos. Numa perspectiva histórica, a educação profissional em anatomia patológica se deu principalmente pela formação em serviço, porém o campo da formação técnica em citopatologia destoa desse modelo. Esforços diversos para estruturar os currículos na área e reduzir as discrepâncias nessa formação foram realizados. Contudo, disputas entre interesses político-econômicos, marcando a divisão técnica do trabalho no país, somadas a embates corporativos no trabalho em citopatologia, e o descompasso entre ações de educação e de rastreamento impediram a materialização efetiva desses esforços. A demanda pela incorporação de novas tecnologias acentua ainda mais a fragilidade na formação da categoria. Somente com ações governamentais concretas de formação e de regulamentação profissional será possível transformar esse cenário, favorecendo o desenvolvimento e a ampliação das campanhas de detecção precoce do câncer.
Foto: Rogério Reis/Fiocruz Imagens
Estima-se um déficit de seis milhões de enfermeiros em todo o mundo. Apesar da importância para os sistemas de saúde, estudos sociodemográficos são escassos devido à ausência de dados sistematizados específicos para enfermeiros. O objetivo deste estudo foi comparar a cobertura populacional de enfermeiros no Brasil com base em fontes oriundas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos anos de 2010 e 2015, e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), nos anos de 2013 e 2019. Em ambas as fontes, houve um aumento médio de 164 mil enfermeiros em todo o Brasil. A taxa de crescimento para o período das pesquisas do IBGE (15,7% ao ano) foi o triplo daquela registrada nos dados do Cofen (5,3% ao ano). A cobertura nos estados do Brasil permanece aquém da recomendação internacional (40 enfermeiros a cada 10 mil habitantes), com maiores déficits nos estados das regiões Norte e Nordeste. As comparações deste estudo reiteram a importância da disponibilidade de dados padronizados e sistematizados para a Enfermagem no Brasil. Indicadores de saúde acurados subsidiam políticas públicas para a redução de iniquidades em saúde, com destaque para a cobertura de enfermeiros, especialmente em regiões de elevadas vulnerabilidades socioeconômicas.
A Educação Permanente em Saúde legitimou a educação na saúde com base na aprendizagem significativa, em vivências no cotidiano de trabalho e na solução de problemas de forma coletiva, além de estar pautada no Quadrilátero Ensino-Gestão-Atenção-Controle Social. A pandemia da Covid-19 exigiu novas formas de fazer saúde e educação, principalmente no sistema prisional, onde a superlotação é um impeditivo ao isolamento social. Este estudo teve como objetivo identificar, por meio de rodas de conversa virtuais, os desafios encontrados no cotidiano de trabalho e discutir propostas de intervenção com os atores do sistema prisional no período pandêmico, na perspectiva da Educação Permanente em Saúde. Foi utilizada abordagem qualitativa de investigação com caráter descritivo, interpretativo e compreensivo de análise do fenômeno social, por meio da análise de conteúdo temático de Minayo. Da análise temática de conteúdo emergiram quatro categorias: desafios da assistência em saúde no sistema prisional no contexto da pandemia da Covid-19; desafios para a gestão da saúde nos estabelecimentos prisionais; interlocução entre instituições de ensino e sistema prisional; e o controle social e a representação familiar. As rodas de conversa virtuais propiciaram discussões aprofundadas e construções coletivas, propondo encaminhamentos pautados no Quadrilátero da Educação Permanente em Saúde.
Foto: Alexey_Hulsov/Pixabay
O artigo discute os resultados e apresenta os produtos da pesquisa ‘Desafios para a saúde mental na atenção básica: construindo estratégias colaborativas, redes de cuidado e abordagens psicossociais na Estratégia de Saúde da Família’ . Trata-se de pesquisa de natureza participativa e colaborativa que desenvolveu dois produtos interconectados: o Portfólio de Práticas Inspiradoras em Atenção Psicossocial e o Roteiro de Apoio e Facilitação de Processos Formativos em Saúde Mental para a Atenção Básica. Construímos um site que reúne os dois produtos, fazendo sua interface, sistematizando campos de saberes e práticas para uma perspectiva interdisciplinar e desinstitucionalizante de saúde mental. O conjunto da pesquisa tem como objetivo dar visibilidade, criar conexões e fazer a disseminação científica das abordagens psicossociais territoriais desenvolvidas na atenção básica e espaços comunitários em todo o país e que integram o Portfolio. Nesse artigo pretendemos descrever a metodologia, discutir os resultados, a perspectiva colaborativa e a gestão compartilhada da pesquisa. Com a construção e acesso ao site pretendemos contribuir para a renovação das práticas, fortalecimento da saúde mental na atenção básica e espaços comunitários, aproximar os campos do ensino, da pesquisa e da atenção em saúde.
Foto: Gustavo Rezende/Pixabay
Considerando a inserção de Profissionais de Educação Física como força de trabalho no Sistema Único de Saúde, este estudo teve como objetivo analisar os tipos de vínculos e a carga horária de trabalho desses profissionais nos diferentes níveis de atenção à saúde e regiões do Brasil entre 2007 e 2021. Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa com base em pesquisa no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Foi observado que a atenção primária à saúde constitui o principal nível de atuação, seguida da atenção secundária e terciária. Na atenção primária, o número de cadastros de Profissionais de Educação Física com vínculo de trabalho precário é maior do que os com vínculo protegido, mas o inverso ocorre na atenção secundária e terciária. Nas regiões Sul e Sudeste, foi revelado maior número de cadastro desses profissionais com vínculo de trabalho protegido, e nas demais regiões prevaleceu o vínculo de trabalho precário. Foi identificado que 44,7% dos cadastros de Profissionais de Educação Física possuem carga horária maior ou igual a 40 horas por semana. Em conclusão, a atenção à saúde pode ser prejudicada pelo tipo de vínculo de trabalho do profissional por causar rotatividade e dificuldade na continuidade do cuidado.
BAIRD, Marcello F. Saúde em jogo: atores e disputas de poder na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Rio de Janeiro: Fiocruz, 2020. 215 p.