A Trabalho, Educação e Saúde (TES) é uma revista científica em acesso aberto, editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz.

Gestão do trabalho na perfuração de poços de petróleo: usos de si e 'a vida por toda a vida'

  • Marcelo Figueiredo
  • Denise Alvarez
  • Marcelo Figueiredo

    Professor associado I do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; pesquisador do Núcleo de Estudos em Inovação, Conhecimento e Trabalho (NEICT). Doutor em Engenharia de Produção pela Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pós-doutorado em Psicologia do Trabalho pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGPS/Uerj)

    Denise Alvarez

    Professora associada I do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; pesquisadora do Núcleo de Estudos em Inovação, Conhecimento e Trabalho (NEICT) e do grupo Pesquisa e Intervenção em Atividade de Trabalho, Saúde e Relações de Gênero (Pistas), do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (Cesteh/Ensp/Fiocruz). Doutora em Engenharia de Produção pela Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pós-doutorados pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Ensp/Fiocruz, e pelo Departamento de Ergologia da Universidade de Provence, França.



Resumo

Destacam-se no artigo os riscos potenciais à segurança e à saúde (especialmente a dimensão mental), associados às características do processo de trabalho e ao modelo de gestão do trabalho adotado pela empresa multinacional Schlumberger. Esses dois elementos aliados aos traços predominantes da indústria petrolífera tendem a expor seus trabalhadores a um aumento do custo psíquico (cognitivo, afetivo) em sua integridade biopsíquica (corpo-si). Indicam-se pistas para reflexão relativas à constatação das inadequações da organização do trabalho e do despreparo de muitos trabalhadores para lidarem com a intensidade das 'dramáticas do uso de si'. Questionam-se o alcance do 'sofrimento patogênico' presente na organização do trabalho, o comprometimento da possibilidade de sublimação e a possível conversão do sofrimento em criatividade (condição de 'possibilidade de circulações'). O referencial teórico-metodológico privilegia a ergonomia da atividade e a psicodinâmica do trabalho numa perspectiva ergológica. Os métodos operacionalizam um dispositivo dinâmico a três polos (DD3P) em 'encontros sobre o trabalho' e entrevistas semiestruturadas que valorizam a dialogia.

Palavras-chave

gestão do trabalho,
dramáticas dos usos de si,
intensificação do trabalho,
ampliação da jornada de trabalho,
indústria do petróleo

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