A Trabalho, Educação e Saúde (TES) é uma revista científica em acesso aberto, editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz.

Trabalho remoto docente e saúde: repercussões das novas exigências em razão da pandemia da Covid-19

  • Paloma de Sousa Pinho
  • Aline Macedo Carvalho Freitas
  • Mariana de Castro Brandão Cardoso
  • Jéssica Silva da Silva
  • Lívia Ferreira Reis
  • Caio Fellipe Dias Muniz
  • Tânia Maria de Araújo
  • Paloma de Sousa Pinho

    Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Ciências da Saúde, Santo Antônio de Jesus

    Aline Macedo Carvalho Freitas

    Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Saúde, Feira de Santana

    Mariana de Castro Brandão Cardoso

    Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Ciências Sociais e Filosofia, Feira de Santana

    Jéssica Silva da Silva

    4 Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho, Salvador

    Lívia Ferreira Reis

    Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho, Salvador

    Caio Fellipe Dias Muniz

    Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Ciências da Saúde, Santo Antônio de Jesus

    Tânia Maria de Araújo

    Universidade Estadual de Feira de Santana, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Feira de Santana



Resumo

O estudo objetivou descrever características do trabalho remoto, situação de saúde mental e qualidade de sono na pandemia da Covid-19 em docentes da Bahia. Foi conduzido websurvey, seguindo protocolo CHERRIES, com professoras/es de todos os níveis de ensino da rede particular do estado. Participaram 1.444 docentes, de 18 julho a 30 de julho de 2020. Predominaram mulheres (76,1%), 21-41 anos (61,6%), negras (71,9%), dez anos ou mais na profissão (56,9%). Na pandemia, 51,4% relataram alterações no contrato de trabalho e 76,8%, aumento da jornada laboral. O ambiente domiciliar e equipamentos tinham baixo nível de adequação ao trabalho remoto: espaço físico (19,6%), mobiliário (21,7%), nível de ruído (17,2%), computadores (44,5%) e internet banda larga (36,7%). Entre as mulheres, 42,3% referiram sobrecarga doméstica alta; entre os homens, 17,4%. As mulheres apresentaram situação de saúde preocupante, destacando-se crises de ansiedade (53,7%), mau humor (78,0%), transtornos mentais comuns (69,0%) e qualidade do sono ruim (84,6%). A pandemia remodelou as formas de exercer o ofício docente. O trabalho, transferido para a casa, se sobrepôs às atividades domésticas e familiares, produzindo consequências à saúde docente que, mesmo pouco conhecidas, são alarmantes. Os resultados fortalecem a necessidade de ações de enfrentamento para situações de calamidade pública, medidas de regulação do trabalho remoto e proteção à saúde docente.

Palavras-chave

docentes,
condições de trabalho,
saúde do trabalhador,
infecções por coronavírus

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