A Trabalho, Educação e Saúde (TES) é uma revista científica em acesso aberto, editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz.
Crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Modos de vida e organização do trabalho de agentes comunitários de saúde de unidades fluviais na Amazônia

  • Mariana Baldoino
  • Fernando Herkrath
  • Bernardo Horta
  • Luiza Garnelo
  • Mariana Baldoino

    Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Leônidas & Maria Deane, Laboratório Situação de Saúde e Gestão do Cuidado de Populações Indígenas, Manaus, Brasil

    Fernando Herkrath

    Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Leônidas & Maria Deane, Laboratório Situação de Saúde e Gestão do Cuidado de Populações Indígenas, Manaus

    Bernardo Horta

    Universidade Federal de Pelotas, Departamento Medicina Social, Pelotas

    Luiza Garnelo

    Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Leônidas & Maria Deane, Laboratório Situação de Saúde e Gestão do Cuidado de Populações Indígenas, Manaus

    https://orcid.org/0000-0003-0263-7286



Resumo

O artigo analisa modos de vida e organização do trabalho de agentes comunitários de saúde que atuam em comunidades rurais atendidas por Unidade Básica de Saúde Fluvial, no município de Manaus. Foram investigados atividades e desafios cotidianos desses profissionais, interação com as famílias atendidas, vínculos com as comunidades e com o ambiente natural. Pesquisa qualitativa exploratória realizada em 17 comunidades rurais ribeirinhas distribuídas na margem esquerda do Rio Negro, ao longo de 190 quilômetros. A coleta de dados em 2021 e 2022 abrangeu entrevista semiestruturada, questões escalonadas de apego ao lugar e observação participante da atuação dos agentes comunitários de saúde. Os resultados mostraram que a qualificação dos agentes atende às principais demandas do trabalho cotidiano em meio rural. O tempo de experiência mostrou-se relevante no cargo, indicando robusto conhecimento da natureza e apego ao lugar/comunidade, estabelecido por vínculos de parentesco, identificação e conhecimento do ambiente natural. Eles reconstroem práticas intersetoriais, priorizando intervenções associadas aos determinantes sociais, micropolíticos e culturais do processo saúde-doença e à participação na vida comunal em domicílios acessados exclusivamente por deslocamento fluvial e espalhados num vasto território. O trabalho administrativo intramuros foi interpretado como desvio de função e afastamento das interações cotidianas nos domicílios gerando insatisfação e desmotivação desses trabalhadores.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Palavras-chave

Saúde da População Rural,
Atenção Primária à Saúde,
Unidade Básica Saúde Fluvial,
Agente Comunitário de Saúde

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