A Trabalho, Educação e Saúde (TES) é uma revista científica em acesso aberto, editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz.

Edição Atual | v. 7 n. 2 (2009)

Publicação contínua
Artigo

Economia popular e educação: percursos de uma cooperativa de reciclagem de lixo no Rio de Janeiro

Santos, A M M;
Deluiz, N.

10.1590/S1981-77462009000200008

Economia popular e educação: percursos de uma cooperativa de reciclagem de lixo no Rio de Janeiro

Este artigo busca analisar as práticas de uma cooperativa de reciclagem de lixo situada na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, enfocando a organização e as relações de trabalho; os saberes produzidos nos processos de trabalho e as redes de ação coletiva estabelecidas com a comunidade. Os dados foram obtidos através de entrevistas realizadas com os cooperados e suas lideranças e com os técnicos da ONG Autre Terre, que apoia o projeto. Os resultados da pesquisa qualitativa apontam que esta experiência de economia popular e solidária tornou-se uma alternativa de inclusão social, gerando trabalho e renda, além de saberes e valores, na perspectiva de uma educação popular crítica. Nas relações da cooperativa com a comunidade são estabelecidas redes de ação coletiva, resgatando-se o espaço público, no qual a publicização da diversidade de ideias e concepções pode viabilizar o exercício da cidadania.


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Artigo

Os professores e seus mecanismos de fuga e enfrentamento

Os professores e seus mecanismos de fuga e enfrentamento

A partir de exemplos concretos reunidos ao longo de dois anos de estudo sobre a saúde docente, este artigo propõe uma discussão sobre as estratégias que professores constroem para enfrentar as adversidades do cotidiano escolar. Com a utilização dos conceitos de saúde e da psicodinâmica do trabalho, busca-se refletir de que modo os docentes enfrentam adversidades como a não aprendizagem, o comportamento indisciplinado dos alunos, a falta de material didático-pedagógico e o cansaço ou a indisposição para ministrar as aulas. Essas estratégias - denominadas de enfrentamento e de fuga - que seriam, aparentemente, promotoras de aprendizagens, também são atividades que reduzem o desgaste dos professores, o que leva à banalização do processo educacional.


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Artigo

Caminhos para a integralidade na educação profissional técnica de nível médio em saúde

Abrahão, A L;
Cassal, L. C. B.

Caminhos para a integralidade na educação profissional técnica de nível médio em saúde

A relação entre o profissional, com suas técnicas e saberes, e o usuário, com suas necessidades e o desejo de retornar a sua autonomia, é um dos espaços que pontua a integralidade na produção em saúde. Ambiente em que profissional e usuário têm poderes e autonomia e podem colaborar ou competir. O objetivo neste estudo é compreender e problematizar o termo 'integral' na educação profissional e na saúde. Este termo está relacionado a formas de se produzir saúde no interior dos serviços e à formação com acesso à totalidade dos saberes envolvidos no trabalho e na educação. Nesta perspectiva, utilizamos a pesquisa bibliográfica de base qualitativa, através de sucessivas leituras do material bibliográfico, elaborando uma discussão argumentativa entre os diferentes referenciais teóricos do campo da saúde e da educação. Ao fim, podemos identificar os distintos entrelaçamentos que constituem a integralidade integral na formação em saúde.


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Artigo

O direito à saúde na interface entre sociedade civil e Estado

Machado, F. R. d. S.

10.1590/S1981-77462009000200009

O direito à saúde na interface entre sociedade civil e Estado

O objetivo deste artigo é discutir sobre o desenvolvimento do direito à saúde no Brasil. Parte-se do processo de construção dos direitos sociais, passando pela assunção destes direitos na Carta Magna Brasileira até chegar às compreensões atuais de certos segmentos sociais sobre o direito à saúde. A análise baseia-se na pesquisa realizada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, a respeito da atuação conjunta entre conselhos de saúde e Ministério Público. Pode-se observar que o direito à saúde tem sido associado à ideia de acesso a serviços de saúde. Isto, no entanto, tem se mostrado ser um aspecto limitador na luta pela garantia e ampliação deste direito. Por este motivo, determinados segmentos da sociedade vêm adotando uma postura mais ativa em relação à compreensão sobre este direito. Tal compreensão tem rendido ganhos substanciais na luta pela ampliação do direito à saúde no Brasil. Assim, explicitar as diferentes concepções sobre o direito à saúde de um conselho de saúde que tem se demonstrado atuante no cenário nacional pode dar indícios sobre as formas de atuação possíveis e as estratégias desenvolvidas nestas instituições para a garantia deste direito.


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Artigo

O egresso da Escola Técnica de Saúde da Unimontes: conhecendo sua realidade no mundo do trabalho

Cerqueira, M B R;
Silva, M P;
Crispim, Z Â M d P;
Garibalde, É;
et al.

10.1590/S1981-77462009000200007

O egresso da Escola Técnica de Saúde da Unimontes: conhecendo sua realidade no mundo do trabalho

Este artigo apresenta resultados do acompanhamento de egressos da Escola Técnica de Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros, discutindo a contribuição oferecida na formação e avaliação feita pelos egressos, bem como a situação profissional em que se encontram. Como metodologia quantitativa, utilizou-se um survey telefônico, por meio de Entrevista Telefônica Assistida por Computador, abordando egressos dos cursos técnicos em análises clínicas, enfermagem, farmácia, higiene dental, radiologia e atividades do comércio ofertados entre junho de 2003 e maio de 2007. Os principais resultados indicam que 78,3% dos egressos do setor saúde estão no mercado de trabalho, 73,9% recebem de um a dois salários mínimos, 85% reconhecem que os conhecimentos construídos contribuem para a melhoria da qualidade do trabalho e 97,2% avaliam positivamente corpo docente e instituição, valorizando a oportunidade de qualificação profissional, já que encontram dificuldades diversas para estudar. Conclui-se que a escola cumpre sua função educativa e social ao qualificar profissionais inseridos nos serviços de saúde, possibilitar a inserção e a permanência no mercado de trabalho e oferecer oportunidades de educação profissional para trabalhadores residentes em municípios do norte de Minas Gerais e outras regiões. A educação desenvolvida pela escola busca inclusão, alcance de cidadania e educação crítico-reflexiva.


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Artigo

Espirais d'Ascese: formação para gestão de equipes e grupos na atenção básica em saúde

Oliveira, A M F d;
Júnior, J. F. d. O.

10.1590/S1981-77462009000200005

Espirais d'Ascese: formação para gestão de equipes e grupos na atenção básica em saúde

O artigo apresenta uma experiência de formação de equipes da Atenção Básica e gestores da secretaria de saúde do município de Amparo, em São Paulo, na qual são feitas discussões de casos, num formato de grupo de supervisão, alterado pelo Método das Espirais D'Ascese. Este método busca apoiar os profissionais de saúde na ampliação da clínica e na gestão de grupos e coletivos, partindo dos referenciais teóricos do Método Paidéia e da psicologia de grupos para trabalhar interrelações e conflitos. Selecionamos seis casos e através deles analisamos aspectos do processo de vinculação e amadurecimento deste grupo, que permitiram a transformação de sentimentos destrutivos em construtivos. A apresentação dos casos e sua discussão propiciaram manifestações do inconsciente grupal. É uma forma de o grupo falar de si mesmo através do caso clínico (ou de gestão), que funciona como metáfora dos sentimentos do grupo. Reconhecer e acolher as dificuldades fortalece o grupo, porque se percebe que todos têm fragilidades e que, ao compartilhá-las, há dissolução de angústias, medos ou outros sentimentos que obstaculizam a construção de soluções. Um grupo integrado, preparado e amadurecido prestará melhor assistência à saúde da população, com menos absenteísmo e adoecimentos e maior realização profissional.


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Artigo

As identidades dos enfermeiros em cenários de mudanças curriculares no ensino da enfermagem

Renovato, R D;
Bagnato, M H S;
Missio, L;
Bassinello, G. A. H.

10.1590/S1981-77462009000200003

As identidades dos enfermeiros em cenários de mudanças curriculares no ensino da enfermagem

As discussões sobre o currículo de enfermagem remontam o início do século XX, trazendo tentativas de reorganizar o ensino desta área. As primeiras escolas tiveram o ambiente hospitalar e o modelo biomédico como aporte para o ensino e a assistência. Com a expansão da assistência médico-hospitalar, afloraram os discursos da enfermagem como profissão comprometida com a ciência. Por muitos anos, predominou uma formação tecnicista, com aprimoramento da atenção curativa levando ao descompasso com as necessidades de saúde da população. Com o ideário da Reforma Sanitária nos anos 80, a enfermagem procurou articular as dimensões clínicas e epidemiológicas sob a perspectiva do coletivo, culminando na adoção de novas matrizes curriculares. Em 2001, a publicação das diretrizes curriculares preconizou uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. Porém, as leituras e os significados sobre as propostas das diretrizes podem sofrer interferências locais, produzindo discussões, resistências e enfrentamentos, compondo outras subjetividades acerca desse profissional. Assim, nossa proposta é articular a (re)construção das identidades dos enfermeiros contemporâneos em cenários de propostas e mudanças curriculares nos cursos de graduação em enfermagem, procurando compreender como o passado das matrizes curriculares foi/é trazido para o presente a fim de produzir outras e novas subjetividades.


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Ensaio

Determinação, história e materialidade

Determinação, história e materialidade

O ensaio critica algumas modalidades de determinismo atualmente dominantes, fugindo do pensamento aleatório ou pós-moderno. Procuramos contribuir para a explicação objetiva, porém sensível, do mundo, de modo a manter aberta a intervenção efetiva e consciente no processo histórico. O argumento apresenta a contraposição paradoxal e dolorosa entre determinismo econômico e uma liberdade amputada que o acompanha e, em seguida, mostra como a reflexão marxiana permite superar os impasses nos quais recaíram tanto os deterministas naturalistas quanto os antideterministas pós-modernos. Essa superação exige a demonstração da historicidade constitutiva do processo de trabalho, tanto no seu viés ontológico (Lukacs) quanto no viés histórico (Marx), apontando para a materialidade efetiva das relações sociais como forma de distribuição dos seres singulares no conjunto das atividades da produção de sua existência social. Concluímos mostrando como a determinação, em Marx, não é redutora e, portanto, não repousa sobre um econômico entificado.


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Relato de experiência

Formação técnica de agente comunitário indígena de saúde: uma experiência em construção no Rio Negro

Garnelo, L;
Rocha, E;
Peiter, P;
Sampaio, S;
et al.

10.1590/S1981-77462009000200010

Formação técnica de agente comunitário indígena de saúde: uma experiência em construção no Rio Negro

Este relato descreve a experiência de formação técnica profissionalizante de 250 agentes comunitários indígenas de saúde vinculados ao Distrito Sanitário Especial Indígena do Rio Negro, no estado do Amazonas. A iniciativa promove a elevação da escolaridade e o respeito às especificidades culturais dos alunos. Os eixos pedagógicos 'cultura', 'território', 'política', 'cuidado', 'informação', 'educação' e 'planejamento em saúde' estruturam uma matriz curricular operacionalizada por meio do ensino pela pesquisa, multilinguismo, multidisciplinaridade e intersetorialidade, em consonância com os princípios da educação escolar indígena, da atenção diferenciada à saúde dos povos indígenas e dos referenciais curriculares de formação técnica de agente comunitário de saúde. O processo pedagógico estimula a obtenção de habilidades e competências para diagnosticar e monitorar a situação de saúde e condições de risco e vulnerabilidade das populações indígenas rionegrinas, para subsidiar ações de prevenção, promoção, tratamento e reabilitação nas diversas fases da vida e desenvolver ação política e comunitária nas lutas pela melhoria da saúde. Resultados preliminares da experiência mostram o reconhecimento e fortalecimento do trabalho dos agentes indígenas de saúde, a melhoria da qualidade do trabalho em saúde na comunidade e a maior satisfação dos líderes do movimento indígena pela ampliação do acesso à educação qualificada e diferenciada.


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