A Trabalho, Educação e Saúde (TES) é uma revista científica em acesso aberto, editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz.

Edição Atual | v. 21 (2023)

Publicação contínua

A Trabalho, Educação e Saúde (TES) publica contribuições originais sobre os campos da educação e da saúde, discutindo-os sob a ótica da organização do trabalho contemporâneo, de uma perspectiva crítica e interdisciplinar. Para submeter um texto, consultar a Política Editorial e as Instruções aos Autores.

 Alejandro Zambrana/Sesai Nota de conjuntura

Lacunas e retrocessos em programas de provimento médico na Amazônia: desafios para os gestores federais

Costa, W d A;
Carvalho, N d C;
Macedo, H. M.

Lacunas e retrocessos em programas de provimento médico na Amazônia: desafios para os gestores federais

O objetivo desta nota de conjuntura é analisar o desenvolvimento dos Programas Mais Médicos e Médicos pelo Brasil em áreas remotas e rurais amazônicas, apontando desafios e disputas decorrentes de implementações locais. Realizou-se levantamento bibliográfico e de dados observacionais sobre esses programas na Amazônia Legal e o provimento médico na Atenção Primária à Saúde brasileira entre 2013 e 2022. Identificou-se literatura com tendências positivas sobre o processo de trabalho, além de indicadores de cuidados primários com a implantação do Mais Médicos nessas localidades, mas que foram drasticamente afetados após a ruptura da cooperação Brasil-Cuba em 2018. Alternativas como a contratação de médicos brasileiros graduados no exterior pelo Mais Médicos e a promessa de carreira do Médicos pelo Brasil não se mostraram suficientes para garantir cobertura razoável das equipes locais. Percebe-se o esvaziamento progressivo do Mais Médicos na região sem equivalente reposição de profissionais do Médicos pelo Brasil. Reconhece-se a carência de estudos sobre o Mais Médicos na Amazônia, em especial após 2018, bem como de dados sobre os desdobramentos iniciais do Médicos pelo Brasil. Mostram-se necessários o preenchimento de lacunas e a superação dos retrocessos no provimento médico local, sob risco de perpetuação de iniquidades graves no campo da saúde.

Foto: Alejandro Zambrana/Sesai


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Artigo

Na saúde e na doença: o trabalho na produção de medicamentos

Belini, F H;
Tosta, T. L. D.

Na saúde e na doença: o trabalho na produção de medicamentos

Este artigo analisa a percepção dos trabalhadores sobre o ambiente de trabalho nas indústrias farmacêuticas com base em um estudo qualitativo composto por entrevistas semiestruturadas com trabalhadores do setor. Em posição antagônica ao cenário nacional de desindustrialização e desemprego, a produção de medicamentos segue em ascensão, em termos tanto de faturamento como de abertura de postos de trabalho, mesmo diante das recentes crises econômica e sanitária. Para compreender o modelo de produção da indústria farmacêutica e seus impactos na vida das pessoas que laboram no setor, foram entrevistados dez trabalhadores/as de duas fabricantes nacionais de medicamentos genéricos localizadas no Distrito Agroindustrial de Anápolis, em Goiás. Como resultado, observamos que as indústrias estudadas estão configuradas de acordo com formas sofisticadas de controle e intensificação da produção, o que deflagra um ambiente de trabalho passível de degradação da saúde física e mental.

Foto: João Roberto Ripper/Fiocruz Imagens


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Arquivo/FiocruzImagens Artigo

¿Por qué todos los técnicos de campo del Programa Nacional de Chagas de Argentina son varones?

Mateyca, C.

¿Por qué todos los técnicos de campo del Programa Nacional de Chagas de Argentina son varones?

El Chagas es una enfermedad causada por el parásito Trypanosoma cruzi y una problemática de salud socioambiental presente en todo el mundo. Una de las vías de transmisión de este parásito es a través del contacto con heces de vinchucas infectadas. En Argentina existen programas de control vectorial que se encargan de prevenir esta vía de transmisión. Específicamente quienes realizan este trabajo son los técnicos de campo, que son prácticamente todos varones. Mediante un abordaje cualitativo e interpretativo que incluyó entrevistas, análisis documental y observación, indagamos por qué las mujeres no se desarrollan en esta área ocupacional dentro del Programa Nacional de Chagas. La mayoría de las personas entrevistadas justificaron la falta de contratación de mujeres basándose en estereotipos de género. Otro gran grupo indicó que se debe al posible daño que los insecticidas les generarían. Sin embargo, no existen recomendaciones ni reglamentaciones oficiales que demuestren que las mujeres no deban realizar este tipo de trabajo, por lo que concluimos que se trata de un acto discriminatorio por género hacia ellas. Consideramos que es necesario que los equipos de trabajo sean diversos en cuanto a género, ya que podrían mejorar las intervenciones y estrategias de control vectorial en los diferentes territorios.

Imagem: Arquivo/FiocruzImagens

 
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Artigo

La importancia de la participación y la colaboración intercultural en la formación de enfermeras/os en las comunidades wichí del Chaco salteño

Mancinelli, G.

La importancia de la participación y la colaboración intercultural en la formación de enfermeras/os en las comunidades wichí del Chaco salteño

El artículo aborda la importancia de la colaboración intercultural en la formación de enfermeras/os para garantizar el derecho a la salud en comunidades del pueblo wichí. Describe y analiza debates que fueron desarrollados entre profesionales, de diversas disciplinas, a cargo de la elaboración del currículo del primer curso de Enfermería Intercultural impartido en territorio indígena de la provincia de Salta (Argentina). El estudio de estos debates muestra que los espacios de colaboración intercultural, donde se reconocen, valoran y respetan los diversos sistemas de conocimientos, son un recurso útil para la formación de enfermeras/os. Estos espacios contribuyen a garantizar la participación reconocida en marcos internacionales para los pueblos indígenas y valorada por la Organización Mundial de la Salud y la Organización Panamericana de la Salud para la construcción de respuestas en salud. Sin embargo, la normativa establecida para la aprobación del plan de estudio, en Argentina, limita el desarrollo de este tipo de espacios, restringiendo a su vez los alcances de las políticas y programas de salud focalizados en esta población.

Imagem: Maycon Gomes


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Foto: Karolina Grabowska /Pexels Artigo

As múltiplas violências vivenciadas por farmacêuticas no ambiente laboral

Baptista , E C C;
Oliveira, I V;
Vieira, Á S d A;
Santos, A S d A;
et al.

As múltiplas violências vivenciadas por farmacêuticas no ambiente laboral

A divisão sexual do trabalho ocasiona iniquidade entre gêneros, bem como situações de violência direcionadas às mulheres no ambiente laboral. Na área farmacêutica, a maioria feminina e a inserção em múltiplos cenários, que envolvem contato com público e parcerias profissionais diferenciadas, potencializam a exposição à violência. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar situações de violência vivenciadas por farmacêuticas no ambiente laboral. Para tal, utilizou-se método qualitativo, com análise de conteúdo, realizada no software NVivo®, de uma survey on line, respondida por farmacêuticas (n=381) registradas no Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais, Brasil. Como resultado, identificou-se quatro categorias: ‘Convivendo com o desrespeito, ameaças e vulnerabilidade’, ‘O sexismo e o machismo estrutural que cala, diminui e atordoa’, ‘A discriminação contra a mulher como obstáculo à equidade’ e ‘Assédio sexual e objetificação da mulher’. Emergiram diversas expressões de violências no ambiente laboral provenientes de múltiplos agressores. Farmacêuticas reconheceram prejuízo profissional e pouco reconhecimento pela capacidade técnica. Conclui-se que os relatos expuseram a falta de proteção da integridade farmacêutica no ambiente de trabalho. Espera-se que esses resultados tragam à luz a desigualdade de gênero no trabalho farmacêutico, com destaque para situações de violência, ampliando a discussão e proporcionando evolução dessa profissão majoritariamente feminina.

Foto: Karolina Grabowska /Pexels

   
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Foto: Freepik Artigo

Superexploração da força de trabalho na saúde em um contexto de pandemia de Covid-19 no Brasil

Barreto, A A M;
Mendes, Á.

Superexploração da força de trabalho na saúde em um contexto de pandemia de Covid-19 no Brasil

O capitalismo, na sua etapa de dominância do capital fictício, acentuado pelas dimensões de sua crise pandêmica, econômica e ecológica, tem intensificado a superexploração da força de trabalho no mundo e, particularmente, no Brasil. Nessa perspectiva, o presente artigo tem como objetivo analisar as manifestações da superexploração da força de trabalho entre trabalhadores(as) da saúde em um contexto de pandemia de Covid-19 no Brasil. O artigo está estruturado em quatro partes. A primeira discute as dimensões do valor da força de trabalho. A segunda aborda os mecanismos de superexploração da força de trabalho. A seção seguinte discorre acerca das manifestações da superexploração entre os(as) trabalhadores(as) da saúde, nos últimos anos. E a parte final apresenta dados de como tem ocorrido ou acontecido a superexploração no cenário da pandemia de Covid-19 no Brasil. Atualmente, em um cenário de pandemia de Covid-19, observa-se um percentual significativo de profissionais da saúde com sobrecarga de trabalho, com jornadas para além das 40 horas semanais, alguns tendo que recorrer a mais de um vínculo de trabalho para poder sobreviver. Tais manifestações representam as péssimas condições de trabalho dessa categoria de trabalhadores, além de contribuir para o adoecimento e o elevado número de acidentes de trabalho.

Foto: Freepik


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Foto: Rogério Reis /Fiocruz Imagens Artigo

Conexões históricas entre as políticas de rastreamento do câncer de colo do útero e a educação profissional em citopatologia no Brasil

Medrado, L;
Matos Lopes, R.

Conexões históricas entre as políticas de rastreamento do câncer de colo do útero e a educação profissional em citopatologia no Brasil

Os técnicos em citopatologia são fundamentais para o rastreamento do câncer de colo do útero, porém existem lacunas na sua formação. Nesta revisão de literatura, com abordagem qualitativa, realizada na Biblioteca Virtual em Saúde e na SciELO, sem recorte temporal, descrevemos o histórico das políticas públicas de combate ao câncer de colo de útero, relacionando-o à história da educação profissional técnica em citopatologia, analisando as conexões entre tais sequências de eventos. Numa perspectiva histórica, a educação profissional em anatomia patológica se deu principalmente pela formação em serviço, porém o campo da formação técnica em citopatologia destoa desse modelo. Esforços diversos para estruturar os currículos na área e reduzir as discrepâncias nessa formação foram realizados. Contudo, disputas entre interesses político-econômicos, marcando a divisão técnica do trabalho no país, somadas a embates corporativos no trabalho em citopatologia, e o descompasso entre ações de educação e de rastreamento impediram a materialização efetiva desses esforços. A demanda pela incorporação de novas tecnologias acentua ainda mais a fragilidade na formação da categoria. Somente com ações governamentais concretas de formação e de regulamentação profissional será possível transformar esse cenário, favorecendo o desenvolvimento e a ampliação das campanhas de detecção precoce do câncer.

Foto: Rogério Reis/Fiocruz Imagens


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Artigo

Cobertura populacional de enfermeiros no Brasil: estimativas com base em diferentes fontes de dados

Marinho, G L;
Queiroz, M. E. V.

Cobertura populacional de enfermeiros no Brasil: estimativas com base em diferentes fontes de dados

Estima-se um déficit de seis milhões de enfermeiros em todo o mundo. Apesar da importância para os sistemas de saúde, estudos sociodemográficos são escassos devido à ausência de dados sistematizados específicos para enfermeiros. O objetivo deste estudo foi comparar a cobertura populacional de enfermeiros no Brasil com base em fontes oriundas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos anos de 2010 e 2015, e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), nos anos de 2013 e 2019. Em ambas as fontes, houve um aumento médio de 164 mil enfermeiros em todo o Brasil. A taxa de crescimento para o período das pesquisas do IBGE (15,7% ao ano) foi o triplo daquela registrada nos dados do Cofen (5,3% ao ano). A cobertura nos estados do Brasil permanece aquém da recomendação internacional (40 enfermeiros a cada 10 mil habitantes), com maiores déficits nos estados das regiões Norte e Nordeste. As comparações deste estudo reiteram a importância da disponibilidade de dados padronizados e sistematizados para a Enfermagem no Brasil. Indicadores de saúde acurados subsidiam políticas públicas para a redução de iniquidades em saúde, com destaque para a cobertura de enfermeiros, especialmente em regiões de elevadas vulnerabilidades socioeconômicas.


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Alexey_Hulsov/Pixabay Artigo

A Educação Permanente em Saúde e os atores do sistema prisional no cenário pandêmico

Ely, K Z;
Schwarzbold, P;
Ely, G Z;
Vendrusculo, V G;
et al.

A Educação Permanente em Saúde e os atores do sistema prisional no cenário pandêmico

A Educação Permanente em Saúde legitimou a educação na saúde com base na aprendizagem significativa, em vivências no cotidiano de trabalho e na solução de problemas de forma coletiva, além de estar pautada no Quadrilátero Ensino-Gestão-Atenção-Controle Social. A pandemia da Covid-19 exigiu novas formas de fazer saúde e educação, principalmente no sistema prisional, onde a superlotação é um impeditivo ao isolamento social. Este estudo teve como objetivo identificar, por meio de rodas de conversa virtuais, os desafios encontrados no cotidiano de trabalho e discutir propostas de intervenção com os atores do sistema prisional no período pandêmico, na perspectiva da Educação Permanente em Saúde. Foi utilizada abordagem qualitativa de investigação com caráter descritivo, interpretativo e compreensivo de análise do fenômeno social, por meio da análise de conteúdo temático de Minayo. Da análise temática de conteúdo emergiram quatro categorias: desafios da assistência em saúde no sistema prisional no contexto da pandemia da Covid-19; desafios para a gestão da saúde nos estabelecimentos prisionais; interlocução entre instituições de ensino e sistema prisional; e o controle social e a representação familiar. As rodas de conversa virtuais propiciaram discussões aprofundadas e construções coletivas, propondo encaminhamentos pautados no Quadrilátero da Educação Permanente em Saúde.

Foto: Alexey_Hulsov/Pixabay


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Foto: Gustavo Rezende/Pixabay Artigo

Portfólio de Práticas Inspiradoras em Atenção Psicossocial: um site para ensino e pesquisa em Saúde Mental na Atenção Básica

Soalheiro, N;
Rabello , E T;
Caetano, K;
Lima, R T d;
et al.

Portfólio de Práticas Inspiradoras em Atenção Psicossocial: um site para ensino e pesquisa em Saúde Mental na Atenção Básica

O artigo discute os resultados e apresenta os produtos da pesquisa ‘Desafios para a saúde mental na atenção básica: construindo estratégias colaborativas, redes de cuidado e abordagens psicossociais na Estratégia de Saúde da Família’ . Trata-se de pesquisa de natureza participativa e colaborativa que desenvolveu dois produtos interconectados: o Portfólio de Práticas Inspiradoras em Atenção Psicossocial e o Roteiro de Apoio e Facilitação de Processos Formativos em Saúde Mental para a Atenção Básica. Construímos um site que reúne os dois produtos, fazendo sua interface, sistematizando campos de saberes e práticas para uma perspectiva interdisciplinar e desinstitucionalizante de saúde mental. O conjunto da pesquisa tem como objetivo dar visibilidade, criar conexões e fazer a disseminação científica das abordagens psicossociais territoriais desenvolvidas na atenção básica e espaços comunitários em todo o país e que integram o Portfolio. Nesse artigo pretendemos descrever a metodologia, discutir os resultados, a perspectiva colaborativa e a gestão compartilhada da pesquisa. Com a construção e acesso ao site pretendemos contribuir para a renovação das práticas, fortalecimento da saúde mental na atenção básica e espaços comunitários, aproximar os campos do ensino, da pesquisa e da atenção em saúde.

Foto: Gustavo Rezende/Pixabay


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Artigo

A Educação Física como força de trabalho do SUS: análise dos tipos de vínculos profissionais

Vieira, L A;
Caldas, L C;
Gama, M R d J;
Almeida, U R;
et al.

A Educação Física como força de trabalho do SUS: análise dos tipos de vínculos profissionais

Considerando a inserção de Profissionais de Educação Física como força de trabalho no Sistema Único de Saúde, este estudo teve como objetivo analisar os tipos de vínculos e a carga horária de trabalho desses profissionais nos diferentes níveis de atenção à saúde e regiões do Brasil entre 2007 e 2021. Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa com base em pesquisa no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Foi observado que a atenção primária à saúde constitui o principal nível de atuação, seguida da atenção secundária e terciária. Na atenção primária, o número de cadastros de Profissionais de Educação Física com vínculo de trabalho precário é maior do que os com vínculo protegido, mas o inverso ocorre na atenção secundária e terciária. Nas regiões Sul e Sudeste, foi revelado maior número de cadastro desses profissionais com vínculo de trabalho protegido, e nas demais regiões prevaleceu o vínculo de trabalho precário. Foi identificado que 44,7% dos cadastros de Profissionais de Educação Física possuem carga horária maior ou igual a 40 horas por semana. Em conclusão, a atenção à saúde pode ser prejudicada pelo tipo de vínculo de trabalho do profissional por causar rotatividade e dificuldade na continuidade do cuidado.


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Resenha

A agência reguladora dos planos de saúde: poder econômico, jogo político e barreiras ao interesse público na saúde brasileira

Andrietta, L. S.

A agência reguladora dos planos de saúde: poder econômico, jogo político e barreiras ao interesse público na saúde brasileira

BAIRD, Marcello F. Saúde em jogo: atores e disputas de poder na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Rio de Janeiro: Fiocruz, 2020. 215 p.


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Agradecimentos aos pareceristas

Agradecimentos aos pareceristas de 2022

, K. M. K.

Agradecimentos aos pareceristas de 2022


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