e-ISSN: 1981-7746
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Estudos nas últimas décadas têm evidenciado que o adoecimento do professor teria origem no paradoxo entre sua missão e a invisibilidade do trabalho docente aos olhos da organização escolar. O objetivo deste estudo é identificar possíveis interseções entre o excesso e rigor das cobranças, que não vêm acompanhadas das condições necessárias para a realização do trabalho do professor, e os relatos de frustração presente entre esses profissionais. Para avaliar o trabalho em sala de aula de nove professoras, adotou-se a metodologia da ergonomia da atividade de trabalho. Viu-se que as professoras, depois de intervirem inúmeras vezes para separar brigas de alunos em sala de aula, deixam, outras vezes, de dar atenção ao fato. Existe um momento em que elas ignoram a indisciplina, parecendo expressar uma estratégia para lidar com essa perturbação. Os resultados indicam a elaboração de um modelo de planejamento com previsão de tempo para as inúmeras atividades previstas pela nova missão da escola, visando a descongestionar a sala de aula e evitar a sobreposição de tarefas cuja marca mais intensa são as interrupções descritas.
Este artigo busca apresentar uma discussão conceitual sobre tecnologia, tendo como horizonte um projeto de educação centrado na liberdade humana. É um resultado parcial da linha de pesquisa Educação, Cultura e Tecnologia/Grupo de Pesquisa Teoria Crítica e Educação, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (UFRRJ/CNPq), que tem como objetivo desenvolver projetos de pesquisa sobre a relação existente entre educação, cultura e tecnologia a fim de discutir as mudanças do estatuto epistemológico da educação nos séculos XX e XXI. A referência teórica está centrada no pensamento de Herbert Marcuse, em especial em seus conceitos de racionalidade crítica e racionalidade tecnológica. À luz destes conceitos, apresentaremos os desafios da educação contemporânea brasileira diante de uma realidade de imensos territórios segregados espacial e socialmente, bem como do apelo de uma sociedade do espetáculo embrutecedora dos sentidos e intensificadora do fetiche da mercadoria. Partindo deste contexto, apresentaremos as possibilidades da educação preparar os jovens para a participação ativa no mundo da cultura através da exploração da imaginação histórica e estética, tendo como referência a produção audiovisual.
Na interseção entre saúde, educação e o controle e prevenção de doenças infecciosas e parasitárias, consideram-se os conceitos e práticas de ergodesign como elementos fundamentais para geração de interfaces de materiais para aprendizagem interativa em saúde, que reflitam a relação entre usuário, tarefas e ambientes. Relata-se a avaliação de CD-ROM a partir de princípios do ergodesign, com vistas a colaborar para o acesso e disseminação da informação em saúde e auxiliar na aprendizagem interativa para profissionais de saúde de nível médio e superior. Para tal, realizou-se levantamento de 21 materiais digitais de instituições internacionais e nacionais sobre as duas doenças. Os materiais foram avaliados através de uma lista de verificação: ergolist. Verificou-se que os materiais avaliados não atendem plenamente aos critérios de avaliação adotados. A avaliação e produção de tecnologias de informação e comunicação, como CD-ROM educativos e interativos, a partir dos princípios do ergodesign podem servir como instrumento facilitador na disseminação da informação e redução de fronteiras entre educação e saúde.
Este estudo trata do perfil e atividades desenvolvidas por enfermeiros nos centros de atenção psicossocial (Caps). Consiste num estudo qualitativo do tipo descritivo. O instrumento de pesquisa utilizado foi a entrevista estruturada, realizada com 13 enfermeiros dos Caps I e II, pertencentes à área de abrangência da Terceira Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul (3ª CRS/RS), onde foram apreendidas informações sobre a clientela atendida no serviço, composição da equipe, atividades realizadas e ações desenvolvidas pelo enfermeiro no Caps. Os enfermeiros elencaram suas atividades na prática cotidiana do Caps e estas foram contextualizadas a partir do referencial da reabilitação psicossocial no interior da reforma psiquiátrica.
Estudo exploratório-descritivo, realizado com 38 auxiliares e 17 técnicos de enfermagem que atuavam na Estratégia Saúde da Família (ESF), nos municípios de Acaraú, Chaval, Coreaú, Granja, Marco e Santana do Acaraú, no estado do Ceará, no período de março a abril de 2005, que objetivou traçar o perfil e as necessidades de qualificação desses profissionais. O perfil mostrou que, em sua maior parte, eram mulheres casadas, com idade entre 31 e 40 anos, ensino médio concluído, renda de um salário mínimo, atuando na área rural. Quanto s necessidades de qualificação por eles apontadas, destacam-se os temas biossegurança, internação domiciliar, métodos e técnicas de cuidados com feridas e sondas, esterilização, atividades educativas e acolhimento. A maior parte das necessidades referidas resume-se a técnicas e sugere deficiências na formação profissional. Enfatiza-se a importância de uma política de educação permanente, para melhor capacitação e melhoria na atuação deste segmento profissional na ESF.
Este artigo discute o binômio comunicação e trabalho a partir da perspectiva da ergologia, ou seja, da atividade humana. Faz uma breve retrospectiva das teorias de comunicação, analisando como as correntes teóricas hegemônicas vêem de maneira limitada os processos de comunicação. E discute sobre os conceitos de comunicação e de trabalho, propondo uma abordagem de pesquisa que permita melhor compreender esse binômio.
Resenha
Este artigo relaciona a herança da Teoria Crítica, sobretudo Theodor Adorno, o problema da educação para a emancipação, não para a barbárie ou a integração cega na sociedade existente, e a formação dos trabalhadores dos serviços de saúde, principalmente a educação técnica de nível médio, para não apenas reproduzir o capitalismo e suas formas de injustiça.
Carmen Fontes de Souza Teixeira nasceu na Bahia e, atualmente, exerce o cargo de professora associada do Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Participante ativa do movimento da reforma sanitária, em meados dos anos 1970, tem vasta experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Saúde Pública, atuando em diversas frentes, com destaque para gestão de sistemas, políticas públicas, organização de serviços, planejamento e desenvolvimento gerencial. A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz, através do Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde (Lavsa), convidou-a para proferir a palestra "Os sujeitos da Vigilância em Saúde: construindo uma proposta curricular para a formação técnica", no auditório Joaquim Alberto Cardoso de Melo, em 9 de julho de 2007. Neste mesmo dia, Carmen Teixeira concedeu a entrevista1 que se segue. Nela, revive a discussão da mudança do modelo de atenção em saúde e examina temas como a vigilância em saúde enquanto proposta contra-hegemônica a partir da revisão de currículos, subjetividade na formação de profissionais de saúde, intersetorialidade, empoderamento dos agentes de vigilância e muito mais, sempre na perspectiva da Reforma Sanitária e do aperfeiçoamento dos profissionais que atuam no setor.
Este trabalho busca propiciar espaços para a formação dos professores, agregando a prática por eles desenvolvida ao plano político-peda-gógico da escola e aos entendimentos sobre as diferentes formas e níveis de integração curricular possíveis. Nesse processo foram pesquisados os entendimentos de inter/multi/pluri/transdisciplina-riedade e a forma pela qual ela poderia ser efetivada numa realidade educacional de escola técnica.