e-ISSN: 1981-7746
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Trata-se de uma reflexão sobre o processo de desenvolvimento do currículo do curso de Mestrado Profissional em Saúde da Família, oferecido pela Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família. Foram atores desse processo docentes de instituições de ensino e pesquisa, federais e estaduais. A construção do currículo, com duração de dois anos, incluiu a formação do Grupo de Desenvolvimento Curricular, responsável pelo desenho do curso e pela formação dos seus docentes. Discutem-se as etapas desse processo tendo como referência as bases pedagógicas que nortearam o desenho do currículo, com ênfase na formação de profissionais da saúde na modalidade mestrado profissional. Espera-se que a divulgação dessa experiência inovadora no âmbito da formação stricto sensu contribua para que outras experiências possam não somente ser pensadas e implementadas, mas também divulgadas.
A Residência Multiprofissional em Saúde da Família caracteriza-se como formação em serviço que promove aproximação da realidade do Sistema Único de Saúde. Apesar de empiricamente existir a constatação de resultados positivos na atuação profissional, não há um modelo de avaliação dos resultados. Este artigo detém-se na descrição e análise do processo de adaptação e validação de estruturas essenciais de avaliação e seus respectivos indicadores para a construção de modelos de autoavaliação para programas de residências multiprofissionais em saúde da família. Em oficina, foram apresentados instrumentos aos especialistas, que deveriam fazer considerações sobre eles. As observações foram analisadas e as consideradas pertinentes com os objetivos de avaliação foram acatadas. A construção e a validação de indicadores de autoavaliação de programas de Residência Multiprofissional em Saúde da Família, ora realizadas, sinalizam a relevância de uma proposta que supere as avaliações ‘tradicionais’ e se torne um processo tão inventivo quanto se deseja às residências.
Estudo qualitativo com profissionais da Estratégia Saúde da Família, a fim de investigar suas concepções e práticas acerca da violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes. A coleta de dados foi realizada no período de abril a julho de 2014, por meio de entrevista semiestruturada, realizada em Unidades Integradas de Saúde da Família em João Pessoa, Paraíba. A análise temática evidenciou que profissionais de saúde mostram-se inseguros e despreparados para lidar com a violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes, originando dificuldades em identificar os maus-tratos, realizar a denúncia e acompanhar as vítimas. Destaca-se a importância do apoio da gestão em saúde para a proteção dos profissionais que lidam com casos de violência e sua capacitação, a fim de viabilizar a identificação precoce, a notificação dos casos e o efetivo acompanhamento às vítimas e seus familiares.
Este trabalho objetivou analisar as representações sociais de profissionais de Núcleos de Apoio à Saúde da Família da Secretaria Executiva Regional IV, em Fortaleza, Ceará, sobre a interdisciplinaridade em seu cotidiano do trabalho. Trata-se de estudo qualitativo, utilizando como técnicas de coleta de dados a observação participante e entrevistas semiestruturadas com 15 profissionais e coordenadores. Na definição da amostra, utilizou o critério de saturação teórica; na análise, a hermenêutica de profundidade. As representações foram organizadas nas seguintes categorias: processo em construção, realização de atividades conjuntas e resultado do compromisso das equipes. Os caminhos percorridos apontam para uma interdisciplinaridade ainda embrionária, resultado de inúmeros fatores intrínsecos e extrínsecos ao próprio grupo. As dificuldades oriundas das cobranças de produtividade pela gestão, o planejamento incipiente, o processo de formação que incorpora pouco essa perspectiva e a precarização das relações de trabalho são elementos que impactam negativamente na realização de práticas interdisciplinares. As falas denotam inúmeras possibilidades que se constroem no campo da saúde e inspiram a superação da fragmentação dos múltiplos saberes que atuam na perspectiva coletiva.
O presente artigo tem como objetivo principal analisar a produção científica sobre o uso de metodologias ativas de aprendizagem na educação na saúde. Trata-se de uma revisão bibliográfica da literatura utilizando-se para seleção dos artigos a base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde. A pesquisa ocorreu nos meses de setembro a novembro de 2012. Na busca selecionaram-se 15 artigos completos. Os resultados evidenciaram que o uso das metodologias ativas motiva o discente e o direciona para buscar informações no intuito de solucionar impasse e promover seu próprio desenvolvimento, fazendo com que ele perceba que a nova aprendizagem é um instrumento necessário e significativo para ampliar suas possibilidades e caminhos. Essas metodologias também têm contribuído para mudanças no modo de pensar e agir dos profissionais de saúde, os quais passaram a interagir em um espaço plural de interesses, potencialidades e capacidades.
Este estudo apresenta as concepções e práticas de educação em saúde de profissionais da Estratégia Saúde da Família de um município de pequeno porte no estado do Rio Grande do Norte. A pesquisa foi realizada com 18 profissionais de nível superior: médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas entre outubro e dezembro de 2013. Fez-se uso da entrevista semiestruturada e da observação norteada em princípios etnográficos. A análise de conteúdo de Bardin subsidiou o exame do material. Os resultados apontam que as concepções e práticas de educação em saúde são orientadas por uma ‘educação bancária’, pautada na transmissão e reprodução de conhecimentos. As ações educativas são, eminentemente, direcionadas à prevenção de doenças e conduzidas, majoritariamente, por enfermeiros e estudantes de graduação em estágio nas Unidades Saúde da Família. Observou-se que a educação em saúde praticada não instrumentaliza os usuários para que desenvolvam autonomia e possam tornar-se sujeitos de suas vidas, de sua história.
No Brasil, ainda são escassos os estudos voltados à formação profissional em nível de pós-graduação para atuar no Sistema Único de Saúde. Este artigo tem por objetivo relatar a experiência de construção do Mestrado Profissional em Saúde da Família, oferecido pela Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família. Para tanto, apresenta os antecedentes dessa proposta e discute a concepção teórico-metodológica que permeou todo o processo. Conceitos de educação permanente, aprendizagem significativa e educação de adultos são discutidos de forma contextualizada com a criação do mestrado. Espera-se que esta experiência possa subsidiar reflexões em outros contextos de formação, sabendo que é um processo em andamento e que as questões relacionadas à concepção do curso e aos resultados percebidos até o momento fazem parte de um desafio maior que é o da educação de adultos.
Dr. Carlile Lavor é médico, sanitarista, defensor do Sistema Único de Saúde (SUS), ex-professor da Universidade de Brasília, secretário de Saúde do Estado do Ceará por duas vezes (1987–1988 e 2015). Ele foi responsável pela criação dos agentes de saúde no Ceará em 1987, precursores dos agentes comunitários de saúde da equipe da Estratégia Saúde da Família. Dr. Carlile foi consultor para o Ministério da Saúde de Angola em 2007/2008 e 2014 para planejamento e implementação de programa de agentes de saúde nesse país. Foi também coordenador do escritório da Fundação Oswaldo Cruz no Ceará entre os anos de 2008 e 2014.
O estudo teve por objetivo compreender a percepção de estudantes do curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba sobre a utilização do portfólio como um dos métodos de avaliação. Os dados referentes a 16 estudantes foram coletados em 2011 por meio da técnica do grupo focal e submetidos à análise de conteúdo. Definiram-se, então, as categorias temáticas: conceituação, papel do discente-docente, metodologias ativas, dificuldades na elaboração do portfólio e sugestões. Os estudantes compreendem o portfólio como instrumento de diálogo entre docentes e discentes, por meio dos relatos das vivências em grupo nos equipamentos sociais e reflexões individuais na construção de conceitos e aprofundamento teórico. Conclui-se que os estudantes percebem o portfólio como ferramenta potente e inovadora para a formação profissional, constituindo-se instrumento de acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem, por ser dialógico, interativo, oportunizando uma aprendizagem ativa.