e-ISSN: 1981-7746
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O ensaio analisa o recente decreto sobre educação profissional, nº 5.154/04, considerando os limites estruturais impostos pelo modo de produção capitalista à educação, que se manifestam no fenômeno da dualidade estrutural escolar. A partir daí, retoma a concepção de educação politécnica, como um (ainda) novo horizonte de debate teórico, político e pedagógico para o campo da educação profissional.
O desenvolvimento docente é uma temática importante em um momento em que a graduação de todos os cursos superiores em saúde passa por transformações curriculares e metodológicas. Neste artigo, analisam-se concepções, propostas e características deste processo. A partir de um diálogo crítico com a literatura, discutem-se a docência universitária em saúde como prática social complexa e interdisciplinar e o desenvolvimento docente em saúde, buscando apreender singularidades, possibilidades e desafios. Neste contexto, a prática do professor é considerada eixo estruturante dos processos formativos.
O Programa de Saúde da Família (PSF), adotado pela Secretaria Municipal de Saúde de Vitória (ES) como estratégia de estruturação da atenção primária, tem exigido de seus profissionais conhecimentos e habilidades em geral não valorizados em sua formação acadêmica. Além disso, a oferta constante de novos conceitos e tecnologias e a demanda da população por um serviço de saúde adequado às suas necessidades requerem do profissional da saúde aperfeiçoamento contínuo. A Secretaria de Saúde do município, respondendo a essas necessidades, implantou em 2001 e institucionalizou em 2003 o Programa de Educação Permanente (PEP) para os profissionais de nível superior das equipes de saúde da família. Esse programa tem pautado sua atuação em uma nova concepção de educação continuada, envolvendo aprendizagem contextualizada baseada em evidências e realizada através de metodologias inovadoras, como a revisão entre pares e a aprendizagem baseada em problemas.
O objetivo principal deste artigo é mostrar os sentidos que a noção de empregabilidade assumiu na concepção e no desenvolvimento das políticas de formação da força de trabalho no Brasil na década de 1990, processo este marcado pelas influências do pensamento neoliberal. Para isso, debruçou-se, basicamente, no exame de documentos produzidos pelos Ministérios da Educação, do Trabalho e Emprego e da Saúde, particularmente os que tratavam das políticas educacionais e de formação, bem como aqueles que se referiam à execução de tais políticas. Conclui-se que o campo educacional, particularmente quando nas mãos dos Ministérios da Educação e do Trabalho e Emprego, constituiu-se em um dos principais veículos de divulgação da noção de empregabilidade e que a utilização desta noção condicionou padrões de pensamento e comportamento tanto nos processos educacionais como nas relações de trabalho. O Ministério da Saúde utilizou a noção de empregabilidade política de mão-de-obra à froid, na tentativa de minimizar os impactos da falta de qualificação da força de trabalho na área da saúde.
Este artigo tem como objetivo apresentar resultados preliminares da produção científica sobre a formação profissional do enfermeiro divulgada em periódicos científicos brasileiros. As fontes deste estudo são a Revista Latino-Americana de Enfermagem e a Revista Mineira de Enfermagem (Reme), escolhidas entre 129 periódicos brasileiros na área da enfermagem, cujos textos completos estão disponibilizados on-line no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Entre editoriais, artigos de pesquisa, artigos originais, revisões bibliográficas, relatos de experiências, notas/informativos, foram selecionados 36 textos da Revista Latino-Americana de Enfermagem e 15 da Reme. A análise desse material compreendeu a leitura dos resumos para a identificação do tema central - formação do enfermeiro - e a leitura dos textos completos selecionados, da qual emergiram três núcleos temáticos: fundamentos pedagógicos, ensino de enfermagem e currículo. A análise das produções evidencia uma articulação entre a formação e as recentes políticas públicas para saúde e educação, representando contribuições relevantes para repensar o perfil profissional do enfermeiro a ser formado e a proposta curricular desenvolvida nas instituições de ensino de nível superior.
O presente artigo discute os pressupostos teórico-conceituais que norteiam a matriz curricular do curso de Educação Profissional de Gestão em Serviços de Saúde oferecido pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, unidade da Fundação Oswaldo Cruz. Examina a estrutura da administração nos serviços de saúde, buscando identificar os conhecimentos essenciais para a formação do técnico de gestão em serviços de saúde, ao mesmo tempo em que dialoga com a estrutura desenhada para a educação profissional a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996. O texto finaliza com a proposta de um curso seqüencial estruturado em eixos transversais, objetivando formar profissionais autônomos que interajam com as mudanças propostas, principalmente de descentralização, regionalização e de democratização na área de gestão em saúde.
Este artigo tem o objetivo de discutir o surgimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma agência especializada de âmbito internacional, seu funcionamento, os principais marcos históricos e políticos e as estratégias de luta pela hegemonia no cenário sanitário internacional. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental através de documentos da OMS, discursos de seus diretores gerais, textos de apresentação institucional, artigos e editoriais. Dois momentos fundamentais na influência da OMS nas políticas de saúde internacionais foram identificados: o Programa Saúde para Todos (2000) e a política promovida pela gestão Gro-Brundtland (1998-2002) na direção da OMS, período em que são realizadas profundas transformações nas políticas de saúde internacionais e, em especial, em que há a necessidade de estabelecer nexos metodológicos e políticos com as estratégias de globalização da economia e com as políticas de saúde globais².
Nos últimos trinta anos de desenvolvimento capitalista, ocorreram transformações significativas nas diversas instâncias do ser social, com destaque para o mundo do trabalho e da reprodução social. Desenvolve-se o toyotismo, ideologia orgânica da nova produção capitalista, 'momento predominante' da reestruturação produtiva do capital. Sob o toyotismo, tende a constituir-se, pelo menos como 'promessa frustrada' do capital, o que iremos denominar 'compressão psicocorporal'. Esta constitui-se como um elemento da nova disposição sócio-subjetiva instaurada pelo toyotismo que caracteriza uma nova experiência do corpo, tanto no processo de trabalho quanto no processo sócio-reprodutivo.
Graduado em Filosofia e Doutor em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo - com a tese "A crise hegemônica e sua ideologia: teorias do Estado brasileiro durante o regime militar" -, o professor Emir Sader lecionou em instituições públicas nacionais e internacionais, mantendo intensa colaboração com países latino-americanos. Desde 2000, é professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, atuando junto ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e coordenando o Laboratório de Políticas Públicas. Coordena também o grupo de pesquisa Conhecimento, Autonomia e Participação, onde desenvolve pesquisas em Políticas Públicas e Educação. Em 2004, foi agraciado com o Prêmio Jabuti, concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Entre suas obras mais recentes destacam-se Perspectivas (Record, 2005) e Crisis hegemônicas en tiempos imperiales (Centro de Investigación y Desarrollo, Havana, 2004). Temas como o esgotamento teórico do neoliberalismo - e o papel dos movimentos sociais na resistência a este modelo - e o recrudescimento dos fundamentalismos religiosos são abordados nesta entrevista, em sintonia com a produção acadêmica de Sader, que destaca sua arguta visão desses movimentos e do contexto geopolítico do subcontinente latino-americano, resgatando a perspectiva libertadora presente nas diferentes experiências dos países da região.
O Programa de Saúde da Família (PSF), adotado pela Secretaria Municipal de Saúde de Vitória (ES) como estratégia de estruturação da atenção primária, tem exigido de seus profissionais conhecimentos e habilidades em geral não valorizados em sua formação acadêmica. Além disso, a oferta constante de novos conceitos e tecnologias e a demanda da população por um serviço de saúde adequado às suas necessidades requerem do profissional da saúde aperfeiçoamento contínuo. A Secretaria de Saúde do município, respondendo a essas necessidades, implantou em 2001 e institucionalizou em 2003 o Programa de Educação Permanente (PEP) para os profissionais de nível superior das equipes de saúde da família. Esse programa tem pautado sua atuação em uma nova concepção de educação continuada, envolvendo aprendizagem contextualizada baseada em evidências e realizada através de metodologias inovadoras, como a revisão entre pares e a aprendizagem baseada em problemas.