e-ISSN: 1981-7746
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O artigo sintetiza alguns resultados de pesquisa documental, especificamente de um de seus objetivos, o de discutir o ensino de ética e bioética no processo de formação de médicos e enfermeiros, a partir da mediação textual levantada em documentos acadêmicos e produção científica sobre temas relacionados. Adotou-se a abordagem pós-estruturalista de Michel Foucault, utilizando-se como fonte documentos acadêmicos dos cursos de enfermagem e medicina de quatro universidades federais do sul do país. Discutiu-se a inserção dos temas éticos/bioéticos nas propostas de formação profissional com o intuito de problematizar o modo como os desdobramentos (estratégicos e tecnológicos) deste discurso penetram no processo de construção dos sujeitos trabalhadores da saúde e geram determinados modos de conceber e intervir destes sujeitos. Ressalta-se a condição da bioética como um saber silenciado e invisibilizado, mas não menos produtivo, pela forma como seu potencial questionador e crítico é reduzido a um conjunto de formulações deslocadas de seu entorno de debate. Tal condição relaciona elementos do processo de emergência do discurso da bioética com as rotas já desenhadas para o que historicamente se definiu como formação ética desses profissionais.
O Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem (Profae) representa, desde 2000, a principal política do Ministério da Saúde (MS) voltada para a qualificação da força de trabalho do setor. Sem negar tal condição, o esforço analítico deste artigo é guiado pelo exercício de compreensão do Profae a partir da sua condição de política social formulada e implementada em função dos preceitos e prescrições gerenciais típicos do Estado capitalista reformado segundo a orientação neoliberal. Este esforço constitui o objetivo principal deste trabalho. Inicialmente, o Profae é considerado a partir de sua visibilidade social, expressa na forma de projeto voltado para a qualificação de profissionais da área de enfermagem. Em seguida, a partir de uma breve contextualização dos dilemas em torno da formação desses profissionais no Brasil, problematiza-se a possibilidade de o Profae servir, efetivamente, de instrumento para a reversão dessa precariedade formativa. Este movimento permite buscar as mediações do Profae com a tipificação imposta às políticas de caráter neoliberal em curso e com as formas de privatização do fundo público, consideradas aqui como mecanismos implícitos ao seu financiamento. Por fim, são expostas reflexões acerca da instrumentalidade política e econômica do Profae, para além de sua aparência de simples projeto de profissionalização dos trabalhadores da área de enfermagem.
O artigo tem como tema as articulações saúde-trabalho docente. Apresenta uma experiência vivida numa escola municipal da rede de ensino da cidade de Vitória, no Espírito Santo. Pauta-se nas abordagens de G. Canguilhem, na ergonomia de linhagem francesa e na ergologia para realizar o processo de pesquisa-intervenção. Parte do princípio de que o vivido na escola afirma a perspectiva segundo a qual saúde é possibilidade de produzir novas normas, ou seja, novas formas de vida. Nessa direção de análise, buscou criar espaços de diálogo e tensionamento na escola para que outros modos de trabalhar, favorecedores de saúde, pudessem se instituir.
O artigo sintetiza alguns resultados de pesquisa documental, especificamente de um de seus objetivos, o de discutir o ensino de ética e bioética no processo de formação de médicos e enfermeiros, a partir da mediação textual levantada em documentos acadêmicos e produção científica sobre temas relacionados. Adotou-se a abordagem pós-estruturalista de Michel Foucault, utilizando-se como fonte documentos acadêmicos dos cursos de enfermagem e medicina de quatro universidades federais do sul do país. Discutiu-se a inserção dos temas éticos/bioéticos nas propostas de formação profissional com o intuito de problematizar o modo como os desdobramentos (estratégicos e tecnológicos) deste discurso penetram no processo de construção dos sujeitos trabalhadores da saúde e geram determinados modos de conceber e intervir destes sujeitos. Ressalta-se a condição da bioética como um saber silenciado e invisibilizado, mas não menos produtivo, pela forma como seu potencial questionador e crítico é reduzido a um conjunto de formulações deslocadas de seu entorno de debate. Tal condição relaciona elementos do processo de emergência do discurso da bioética com as rotas já desenhadas para o que historicamente se definiu como formação ética desses profissionais.
Este artigo descreve a trajetória do projeto EnsinaSUS, da pesquisa desenvolvida em seu interior e das múltiplas dimensões e implicações na direção do conhecimento das experiências que têm sido realizadas nos cursos da área de saúde em relação aos processos de mudança que estão em desenvolvimento. Pretendemos compartilhar a experiência de integração de pesquisadores, de diferentes origens institucionais e profissionais, na construção de um projeto comum, alimentado da vivência desses atores. Essa experiência almejou inovar e construir uma nova gramática para discussão e compreensão dos processos pedagógicos e sua interface com a saúde e o trabalho, na produção de um cuidado que se faça distinto na concepção da assistência à saúde, produzindo cuidado usuário-centrado, numa perspectiva dialógica e ético-política. Entendemos que as práticas de ensino e extensão funcionam como dispositivos abertos de um 'fazer-pensar-saber' em integralidade, forjando novas concepções, sentidos e significados da saúde, da vida, do conhecimento e da educação. Pautamo-nos na idéia de que as explicações da práxis pedagógica podem ser entendidas como possibilidade da construção histórica da cidadania. Encontramos alguns mecanismos de legitimação e canais de articulação, intercâmbio e solidariedade como resposta de interação de diversidades. A equipe representou a composição de redes de representação em espaços culturais e políticos plurais.
O artigo problematiza os princípios éticos e políticos da educação popular no processo de formação de trabalhadores de nível médio da saúde, utilizando o referencial teórico-conceitual da análise institucional, considerando o processo de formação como momento instituído, a proposta política do Ministério da Saúde para a formação de trabalhadores como instituinte e a educação popular em saúde como o processo de institucionalização. A partir da dialética entre o instituído, instituinte e processo de institucionalização, são desenhadas possibilidades em que a educação popular representa dispositivo constitutivo da autonomia dos profissionais - desconstruindo vínculos e processos pedagógicos de assujeitamento dos atores à lógica racional e organizacional dos serviços de saúde - e estratégia de construção de linhas de fuga que conduzam às transformações no processo de formação desses trabalhadores.
Este texto tem como horizonte a discussão do trabalho em saúde na contemporaneidade, em sua complexa relação com a educação profissional. Partiu da problematização do processo de produção dos conhecimentos tecnocientíficos em saúde, de suas práticas e espaços para destacar o trabalho técnico. O intuito é estabelecer aproximações, ainda que tímidas, com a discussão do trabalho na contemporaneidade. A elaboração da pesquisa de campo se iniciou com a escolha de um laboratório de pesquisa em saúde, situado no município do Rio de Janeiro e vinculado a uma das principais instituições públicas de pesquisa em saúde do país.
Estratégias de ensino na enfermagem: enfoque no cuidado e no pensamento crítico. Vera Regina Waldow. Rio de Janeiro: Vozes, 2005, 136pp.
Educação do corpo na escola brasileira. Marcus Aurélio Taborda de Oliveira (org). Campinas: Autores Associados, 2006, 209 pp.
Em qualquer indústria, os processos de trabalho tornaram-se, no capitalismo avançado, essencialmente semióticos, isto é, o trabalhador, ao longo da cadeia produtiva que vem desde a engenharia até o ajuste e controle das máquinas, é empregado para processar informações às quais pode atribuir significados relacionados às suas situações concretas de trabalho. A compreensão desse processo ajuda a entender o conceito marxiano de trabalho concreto e pode contribuir para uma melhor compreensão da natureza do capitalismo informacional que emerge neste início de século.
ERRATA
Onde se lê, no volume 5, número 1, seção Resenhas, p. 173, "Professora de Educação física da Secretaria de Educação de Juiz de Fora", leia-se "Professor de Educação física da Secretaria de Educação de Juiz de Fora".
Omitimos, no volume 5, número 1, seção Relato, p. 172, as datas de recebimento e de aprovação do texto "A experiência da pesquisa EnsinaSUS", as quais foram, respectivamente, 02/01/2007 e 24/01/2007.