A Trabalho, Educação e Saúde (TES) é uma revista científica em acesso aberto, editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz.

Edição Atual | v. 8 n. 1 (2010)

Publicação contínua
Artigo

Trabalho, educação e saúde na perspectiva das concepções de enfermeiros em atividade docente

Carvalho, S M;
Paes, G O;
Leite, J. L.

10.1590/S1981-77462010000100007

Trabalho, educação e saúde na perspectiva das concepções de enfermeiros em atividade docente

Este artigo busca apresentar e discutir as concepções de enfermeiros docentes sobre trabalho, educação e saúde. Para tal, foram entrevistados sete professores de enfermagem que atuam em uma instituição de ensino superior no estado do Rio de Janeiro. Os relatos obtidos apontaram para dupla face do trabalho, relacionado concomitantemente com satisfação e sofrimento, identificados, respectivamente, pela criatividade/autonomia e obrigatoriedade/precarização. Foi identificada, ainda, a influência das políticas neo-liberais no trabalho nas áreas da educação e saúde. Questões relacionadas à educação se concentraram na discussão da construção coletiva dos conhecimentos e da formação cidadã. Já com relação à saúde, as concepções dos docentes entrevistados apresentaram conceitos de promoção da saúde e seus determinantes. As interfaces entre trabalho, educação e saúde foram percebidas sob aspectos diferenciados, chamando atenção para a necessidade de múltiplas transformações nas três áreas para efetivação da qualidade destas relações.


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Artigo

Desdobramentos da educação permanente em saúde no município de Vitória, Espírito Santo

Pinto, E E P;
Araújo, M D d;
Matumoto, S;
Capozzolo, Â A;
et al.

10.1590/S1981-77462010000100005

Desdobramentos da educação permanente em saúde no município de Vitória, Espírito Santo

Este artigo tem como objetivo discutir os desdobramentos do processo de formação de facilitadores e o trabalho de efetivação de 'rodas' de Educação Permanente em Saúde (EPS) em unidades de serviços de saúde no município de Vitória, Espírito Santo, cenário selecionado a partir de mapeamento dentre várias experiências de EPS em andamento no país. Adota os pressupostos metodológicos sugeridos pela cartografia para produção e análise dos dados, utilizando variadas estratégias, como observação participante, entrevistas individuais e coletivas com os profissionais e usuários. Verifica que o termo EPS admite várias concepções: movimento que coloca o trabalho em análise, visando a definir prioridades locais que promovam a reorganização dos espaços de produção de saúde; estratégia de formação dos profissionais de saúde em um processo constante de subjetivação, como estratégia de gestão, na medida em que possibilita reorganizar a gestão a partir da problematização do trabalho. Verifica a existência de 59 Rodas de EPS distribuídas em 25 serviços de saúde, com a presença de dois facilitadores em cada uma. Conclui que, nesse cenário, as várias concepções disputaram espaço e produziram efeitos, especialmente perceptíveis na mudança da forma como os profissionais compreendem o processo educativo e a sua interação com o cotidiano do trabalho.


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Artigo

A política de atenção básica do Ministério da Saúde: refletindo sobre a definição de prioridades

Borges, C F;
Baptista, T. W. d. F.

10.1590/S1981-77462010000100003

A política de atenção básica do Ministério da Saúde: refletindo sobre a definição de prioridades

O artigo busca problematizar o discurso do gestor nacional, que declara a Atenção Básica em Saúde como prioridade desde os anos 1990, e analisar esta política a partir da perspectiva de sua institucionalidade. Para empreender essa análise, recorreu-se tanto aos discursos sobre atenção básica presentes em textos oficiais como àqueles apresentados em artigos científicos, utilizando-se como referencial metodológico a análise de discurso proposta por Foucault. A Atenção Básica em Saúde desponta na agenda de prioridades do governo como estratégia de reestruturação do modelo de atenção em meados dos anos 1990, tendo como carro-chefe a Estratégia de Saúde da Família. Desde a entrada da Atenção Básica em Saúde na agenda de prioridades, essa política incorporou gradativa institucionalidade, mobilizando recursos e incluindo milhares de novos atores na disputa política de organização do sistema de saúde. Ainda assim, a prioridade enunciada para essa política se contrapõe a um cenário de fragilidades na atenção à saúde, especificamente na atenção básica, apontando para a necessidade de análise da direcionalidade e da construção de viabilidade da mesma.


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Artigo

Trabalho infanto-juvenil e formação humana: Child labor and human development

Trabalho infanto-juvenil e formação humana: Child labor and human development

Neste artigo, retomam-se concepções e práticas sobre o trabalho infanto-juvenil, analisadas na tese da autora e em pesquisas em andamento, para problematizar, na relação trabalho e educação, as possibilidades deste ser social criança e adolescente. Em continuidade aos estudos, investiga-se uma política de erradicação do trabalho infanto-juvenil e uma rede de proteção inseridas no escopo da proteção integral. Debruça-se sobre a relação trabalho e formação do infanto-juvenil e dos trabalhadores de políticas sociais que integram as condicionalidades para a bolsa do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). A escrita está organizada em três seções: a historicidade do trabalho infanto-juvenil no processo de acumulação capitalista, a produção do Grupo de Trabalho 'Trabalho e Educação', da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) sobre o tema e a atualidade da questão. Assim, a exposição vinca o objeto 'trabalho infanto-juvenil' como produto e motor da acumulação que, com nuances, permanece funcional ao capital. As sucessivas reestruturações produtivas associadas aos modos de gestão do Estado enfraquecem os movimentos na legislação trabalhista em nível internacional e, no caso brasileiro, os avanços representados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o que mantém e aprofunda essa chaga social.


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Artigo

A experiência de aprendizagem on-line em um curso de qualificação profissional em saúde

Laguardia, J;
Casanova, Â;
Machado, R.

10.1590/S1981-77462010000100006

A experiência de aprendizagem on-line em um curso de qualificação profissional em saúde

Este artigo analisa as percepções a atitudes dos tutores e alunos nos processos de aprendizagem em um curso de atualização profissional on-line. Para tal realizaram-se entrevistas com dez alunos e três tutores desse curso mediante a utilização de roteiros semiestruturados que abrangiam os seguintes aspectos: ingresso no curso, tecnologias, conteúdos, atividades de avaliação, tutoria; mediação e expectativas quanto ao curso. Os roteiros foram organizados em tópicos que possibilitassem identificar as condições estruturais para o uso das ferramentas disponíveis no ambiente virtual, os tipos de interação, apreensão de conteúdos, bem como as expectativas dos participantes com relação aos objetivos propostos pelo curso. Os relatos dos entrevistados apontam questões importantes a serem consideradas na concepção e gestão de cursos on-line, tais como a necessidade de readequação periódica da proposta pedagógica do curso para atender as demandas dos alunos e tutores quanto à organização e atualização dos conteúdos, os meios de acesso ao material e a implementação de atividades avaliativas compatíveis com a experiência de trabalho.


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Artigo

A inserção dos trabalhadores mais escolarizados no mercado de trabalho brasileiro: uma análise de gênero

A inserção dos trabalhadores mais escolarizados no mercado de trabalho brasileiro: uma análise de gênero

O presente artigo analisa, desde a perspectiva de gênero, o tipo de inserção laboral da população de nível universitário nos últimos trinta anos no século XX. Para tanto, em um primeiro momento traça as mudanças mais amplas assistidas no mundo do trabalho neste período a partir de um diálogo com a literatura de referência. Em seguida, a partir da base de dados dos censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 1970 e 2000, compara distintos padrões e tendências de algumas variáveis relativas ao mercado de trabalho na população feminina e masculina. Esse enfoque discute em que medida as dinâmicas assistidas neste segmento também reproduzem uma divisão sexual do trabalho. Os principais resultados encontrados mostram que já nos anos 1970 a maioria das mulheres deste grupo trabalhava em tempo integral. Essa tendência se acentua nos trinta anos em questão, e nas demais variáveis observam-se tendências cada vez mais próximas às masculinas. No entanto, a permanência da segmentação ocupacional feminina e dos altos diferenciais salariais aponta para uma desconstrução ainda lenta dos constrangimentos que cercam a presença destas mulheres no mundo do trabalho.


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Resenha

O que é o SUS?

Lima, S M B d;
Matta, G. C.
Ensaio

A 'teoria da práxis': retomando o referencial marxista para o enfrentamento do capitalismo no campo da saúde

A 'teoria da práxis': retomando o referencial marxista para o enfrentamento do capitalismo no campo da saúde

Este ensaio tem a intenção de recolocar o marxismo - como corpo epistemológico, teórico, metodológico e político voltado para a superação do capitalismo - na pauta do debate conceitual e político do campo da Saúde Coletiva. Discute o campo simbólico como campo de expressão de ideologias que sustentam o capitalismo e que utiliza, dentre outras estratégias, o silenciamento sobre o marxismo, e mesmo sobre o capitalismo, para esvaziar a crítica e o questionamento político. Relaciona estes mecanismos à saúde, identificando alguns campos onde o capitalismo opera nesta área. Apresenta alguns fundamentos filosóficos, teóricos e metodológicos da 'teoria da práxis', destacando a unidade indissolúvel entre teoria crítica e ação transformadora. Por fim, conclama os profissionais, pesquisadores e educadores do campo sanitário a se (re)engajarem na luta contra o capitalismo, retomando a bandeira do socialismo, rumo à conquista do efetivo direito à saúde.


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Relato de experiência

Educação popular em saúde a partir de um jogo: gestão e cuidado em uma unidade de Saúde da Família

Maxta, B S B;
Almeida, A B d;
Silveira, L B;
Soleman, C;
et al.

10.1590/S1981-77462010000100009

Educação popular em saúde a partir de um jogo: gestão e cuidado em uma unidade de Saúde da Família

O presente relato apresenta a atividade 'bingão da saúde' como proposta diferenciada de gestão participativa e cuidado, em uma unidade de saúde, no contexto da Estratégia de Saúde da Família. A experiência é articulada com os pressupostos da política de humanização e da educação popular em saúde, com foco na democratização e na descentralização da gestão e cuidado, reconhecendo os usuários-cidadãos e os sujeitos-trabalhadores como atores de práticas coletivas no âmbito comunitário. É valorizada a cooperação e a disposição coletiva que permitem partilhar saberes e práticas de saúde. Através do jogo denominado 'bingo', são destacados temas, fala, pensamentos e interações como meio comum de expressões e significações comunitárias para os momentos da unidade de saúde. Esse processo vem permitindo o fortalecimento do vínculo profissional-usuário e a troca de saberes para a gestão em saúde em seus conselhos locais.


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