e-ISSN: 1981-7746
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O presente artigo discute as possibilidades da inserção do teatro na educação profissional em saúde, tendo como referência a proposta estética e pedagógica de Augusto Boal. A concepção de politecnia, ao defender para a formação dos trabalhadores uma integração entre trabalho, ciência e cultura, abre espaço para novas possibilidades nesse campo. Autores como Paulo Freire, na educação, e Augusto Boal, no teatro, convergem para a perspectiva de construção, por parte dos trabalhadores, de uma cultura e estética próprias, que reflitam sua concepção de mundo. Buscamos pensar de que forma as proposições teatrais de Augusto Boal podem ser apropriadas para o campo da educação em saúde, tentando estabelecer afinidades e relações entre essas duas práticas, dentro da ótica de uma educação para os trabalhadores da saúde que lhes propicie uma formação humana para além daquela requerida de forma mais imediatista pelo mercado de trabalho.
O cuidador informal surge da necessidade de se cuidar dos doentes e idosos no domicílio, com a função de auxiliar nas medicações, higiene e alimentação sem remuneração. Esse tipo de auxílio suscita sobrecarga física, psicológica e financeira. No âmbito da qualidade do cuidar, salienta-se a necessidade de se olhar e ajudar os cuidadores informais no árduo apoio aos seus doentes, que, na maioria, são idosos. O objetivo deste artigo é apresentar as percepções vivenciadas pelas cuidadoras informais, bem como o reconhecimento, por elas próprias, das sobrecargas que as afetam holisticamente - emocionais, físicas, financeiras -, e a importância de desenvolver estratégias de coping na formação sobre como melhor cuidar. As entrevistadas residem nas regiões Norte e Centro de Portugal e responderam ao inquérito adaptado do The Zarit Burden Interview. As entrevistas foram analisadas com o apoio do software NVivo 8. Os dados obtidos indicam que as cuidadoras informais enfrentam mais sobrecargas físicas e emocionais do que financeiras. No entanto, salientaram que, apesar das dificuldades, gostam de cuidar dos seus familiares. Quanto a serem convidadas para participarem de formações sobre como melhor cuidar, algumas confirmaram o interesse. Verificase que as cuidadoras informais são carentes de uma formação que as capacite a melhor cuidar prevenindo consequências danosas.
Neste artigo, relatase a experiência de devolução de conhecimentos produzidos por meio de uma pesquisa-ação educativa em saúde, efetivada em uma comunidade local, e demonstrase que, por meio do diálogo proporcionado pela problematização, surgiram oportunidades de reflexão coletiva acerca de problemas vividos por todos, oferecendo condições para o desenvolvimento de cidadãos mais participativos, mais críticos e, principalmente, mais ativos diante de sua realidade. O objetivo da pesquisa foi o de trabalhar com a população a relação entre moscas domésticas e saúde ambiental, problematizando as questões relativas a saúde e ambiente nos bairros Jardim Morada do Sol e Parque Residencial Francisco Belo Galindo, em Presidente Prudente, São Paulo, Brasil. Utilizou-se, para isso, a metodologia da pesquisa-ação, e como referencial teórico a educação popular de Paulo Freire, problematizandose as condições de saúde em áreas urbanas periféricas pobres e analisandose a experiência de articulação de atores sociais na resolução dos seus problemas de saúde. Ao final, indicam-se alguns aspectos que foram apreendidos na investigação acerca dos processos educativos comunitários em saúde, pelos quais, partindo-se das reflexões sobre o ambiente, foram descortinados problemas ambientais e de saúde mais amplos que afetavam a comunidade.
A saúde é determinada por condições sociais, econômicas, educacionais, políticas e ambientais, extrapolando, portanto, a dimensão exclusivamente biológica. O presente trabalho tenta estabelecer uma reflexão interpretativa sobre os princípios do SUS e mostrar a interface deles com a proposta da classe hospitalar, uma modalidade de educação especial que estimula a construção de conhecimentos, a capacitação e o ensino de algumas habilidades, contribuindo para o desenvolvimento infantil. Tratase de um exercício de argumentação para o entendimento do papel da classe hospitalar na realização da atenção integral à saúde no Brasil. O desenvolvimento de atividades pedagógico-educacionais em hospitais permite oferecer às crianças e adolescentes hospitalizados a continuidade do seu aprendizado.
O uso de metodologias ativas nos processos de formação dos trabalhadores de saúde é uma diretriz recomendada na Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) para trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Neste estudo, formulou-se uma intervenção educativa para agentes comunitários de saúde (ACS) sobre cuidados dirigidos a crianças/famílias com asma. O objetivo é descrever uma ação educativa com agentes comunitários de saúde sobre conhecimentos relacionados à asma, adotando as diretrizes da PNEPS no contexto da atenção primária. Tratase de estudo 'quantiqualitativo', com avaliação préteste e pósteste autopreenchida pelos agentes comunitários de saúde, além de metodologias ativas em três grupos focais vivenciais, que tiveram sua trajetória gravada e transcrita para posterior análise de dados, com uso da técnica análise de conteúdo na modalidade temática proposta por Bardin. Os conhecimentos dos ACS sobre mitos relacionados à asma apontaram acréscimo após a ação educativa. Dos grupos focais emergiram as temáticas: Educação em saúde para prevenção das doenças respiratórias; Significado atribuído à asma; Bombinhas: desmistificando conceitos; Fatores desencadeantes para asma; Adaptando cuidados preventivos; Avaliando os conhecimentos construídos. A utilização de metodologias ativas favoreceu o desenvolvimento de competências por parte dos ACS, despertando motivação na abordagem educativa junto às crianças/famílias com asma.
A investigação da qualidade de vida dos professores de ciências e a busca por melhorias que promovam um melhor desempenho desses profissionais no cotidiano das escolas podem ser uma forma de reduzir as desigualdades na educação no Brasil e favorecer o crescimento dos professores em nível educacional e social. Este estudo teve o objetivo de analisar indicadores físicos e mentais de qualidade de vida dos professores de ciências de uma escola pública localizada no interior do Rio Grande do Sul. Foram avaliadas informações acerca das características demográficas, econômicas, ocupacionais, atividades domésticas, esforços físicos, saúde física, saúde mental e os diagnósticos médicos mais referidos pelos professores desde o início do trabalho como docente. Como resultados, encontraram-se diversas queixas em relação à saúde e à qualidade de vida dos professores estudados, como nervosismo, rouquidão, dor nas costas, braços e pernas, além de formigamento e inchaço nas pernas. Conclui-se que o conhecimento dessas evidências pode contribuir para a construção de medidas para a reorganização da sistemática de trabalho e influenciar diretamente na qualidade de vida dos professores, gerando melhor desempenho na atividade de educar.
Tendo em vista as dimensões da humanização na atenção e formação do profissional de saúde, as reformas curriculares implantadas nacionalmente e a experiência de reestruturação do projeto pedagógico da faculdade em estudo, esta pesquisa objetivou analisar as percepções de discentes de medicina referentes às experiências que possibilitaram o desenvolvimento de conteúdos, habilidades e comportamentos voltados à humanização. Procedeuse a um estudo de caráter qualitativo, com base nas narrativas de vivências significativas de cuidado e acolhimento, de 63 estudantes do segundo e do quarto anos. A análise embasou-se no conteúdo simbólico das redações, enfocando aspectos pedagógicos, psicológicos e éticos. Buscou-se ampliar a diversidade de pontos de vista e valorizar as mensagens que demonstravam percepções, impressões e intuições. Constataram-se como marcantes, principalmente, as atividades práticas que acontecem em diferentes cenários, quando se propicia aos discentes o acompanhamento, a responsabilização e o contato com o sofrimento perante a doença e a morte. Por meio de modelos docentes e profissionais, ou na relação direta com pacientes e famílias, tais situações criam movimentos de perturbação e desassossegos que implicam possíveis sentidos à humanização.
Este ensaio ambiciona mostrar a importância da discussão da relação entre corpo, trabalho e educação. A proposta é fazer uma análise mediante reflexões que se ocupam do 'corpo no trabalho e do 'corpo pelo trabalho'. Como resultado, mostrase que o relacionamento entre corpo, trabalho e educação é uma temática que poderá enriquecer as reflexões sobre o corpo, sobre a sociedade a partir do marxismo e, também, sobre problemáticas importantes para aqueles que se inquietam com a dimensão corporal da educação.
O presente artigo tem como objetivo lançar um olhar crítico sobre o processo de elaboração de um conjunto de materiais didáticos em Educação em Saúde, produzido a partir do ano de 2007 na Universidade Federal de São João del-Rei, para uso em um programa que visava o combate a parasitoses intestinais. Os materiais foram analisados de forma a se avaliar as potencialidades e as deficiências encontradas. Como resultado, obtevese a necessária reelaboração deles, com o objetivo de que sejam utilizados como meios educativos que respeitem identidades e contribuam para a construção de saberes em relação à saúde. Espera-se que as propostas de reelaboração e correção, juntamente com as características positivas analisadas, possam colaborar com a produção de novos materiais e contribuir para a melhoria da oferta de produtos que medeiem o processo de construção de conhecimentos na área da saúde.