e-ISSN: 1981-7746
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Nas primeiras décadas do século XX, no Brasil, uma evidência se impõe: a proliferação de discursos médicos tematizando as relações da medicina com a educação. O artigo examina discursos médicos que se voltam para a educação, seus múltiplos temas, especialmente dirigidos a examinar os espaços educativos e os escolares, e que destacam que a medicina social preventiva era inconcebível sem a educação. E, inversamente, que a educação era inconcebível sem a incorporação dos avanços da ciência, representada pela medicina. De uma medicina anatômica a uma medicina fisiológica, demonstra como se deslocam a discussão e a missão da medicina, pondo em relevo a educação e o pedagógico propriamente dito. No âmbito do processo de produção de novos saberes e poderes, vê-se instaurado o lugar autorizado do médico para orientar os pedagogos e dotar a educação de teorias e práticas científicas. O olhar questionador dos médicos sobre a escola e os procedimentos de exames e testes, como demonstrações do alcance da ciência, reafirmam a precariedade da pedagogia e a proeminência da medicina para cuidar e educar crianças e jovens na escola.
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