e-ISSN: 1981-7746
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O objetivo deste artigo é refletir sobre as transformações do trabalho, as demandas de qualificação e de novas competências no âmbito da política de saúde primária, atribuindo especial destaque aos impactos no trabalho dos médicos nas unidades de saúde familiar em Portugal. A investigação de caráter qualitativo realizou-se por meio da consulta a fontes documentais: decretos, leis, planos de ação e relatórios referentes às políticas e à estrutura organizacional nas unidades de saúde, adotando-se a análise de conteúdo para o tratamento dos dados. Preconiza-se que o comprometimento com os processos de requalificação enseja novos movimentos instituintes, fortalecedores da (re)construção da identidade médica, não apenas compreendida como individuação/identificação, mas constituída como um processo contínuo vinculado à identidade pessoal, possibilitando a construção, desconstrução e a reconstrução de algo que permite dar sentido ao trabalho realizado. Para o trabalho em saúde, valoriza-se um novo perfil profissional dotado de elevada qualificação, integrando, de forma inseparável, teoria, saberes técnicos, práticos e sociais. A ‘prestação do serviço’ e a ‘assistência em saúde’ têm uma dimensão subjetiva e individual, mas, ao mesmo tempo, têm expressão em grupos e em populações, assim como são orientadas por valores culturais e pelos padrões clínicos reconhecidos pela ciência.
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